Assustador perfil do homem

Antonio Lara

 

As tais “redes sociais” estão ai reverberando, a cada minuto, a realidade sobre o dramático e assustador perfil do homem no mundo atual. O homem levou o mundo ao caos social, desordem e insegurança completa. Desordens públicas, demonstrações e combustões ocorrem em vários pontos do planeta, quase todos os dias. Em algumas regiões, com suas guerras intermináveis e endemias, as pessoas vivem uma atmosfera de medo e pavor, ou terror.

Alguém tem dito, com razão, que o dilema do homem moderno é que ele não sabe quem é, ou em que consiste o significado de sua vida. O homem é o mesmo, em todas as partes do planeta. As suas aspirações, esperanças, sonhos, problemas e dificuldades são os mesmos, em essências, quer se encontre no coração da África ou no Brasil. Mudam as circunstâncias que o rodeiam, mas a natureza humana permanece essencialmente a mesma.

Em nível de Brasil, vivemos, à flor da pele, a encarnação da antiga filosofia sofística. Nessa corrente filosófica, onde a moralidade varia de uma cultura para outra, nada está mais longe do pensamento que a representação dum sonho sombrio, tedioso, onde tudo se repete, pois, o pensamento sofístico evoca muito mais a recreação, o acontecimento de um prazer inesperado, e até proibido. Aqui, queremos, já, a droga liberada de direito. As ruas de nossas cidades se transformaram em selvas de terrorismo, assaltos, estupros e morte.

Em tempos assim, diante desse quadro universal caótico, o bom senso pede que cada homem e mulher façam uma autocrítica, isto é, um autorretrato, da sua interioridade e do seu papel à luz deste cenário internacional sombrio, de caos total, com seus problemas de superpopulação, crimes, racismos, drogas, crises econômicas, guerra, pobreza, fome e atos de terrorismo covardes. Nunca é demais repetir!

Pensar a partir do pressuposto de que a razão humana tem consciência não só dos direitos do homem, enquanto pessoa humana e pessoa cívica, mas também dos seus direitos enquanto pessoa social inserida no processo econômico e cultural. É a consciência centrada no equilíbrio entre o interesse individual e o interesse coletivo. Este equilíbrio não pode ser imposto de cima como e fora um sonho totalitário de que fala Dostoiewesky nas paginas de Os irmãos Karamazov.

O julgamento de consciência que leva o homem a pensar em plano mundial, considerar a espécie humana como um todo e o planeta como unidade de análise. Urge pensar na injustiça social e na tirania política, nos impiedosos assassinatos de fetos humanos dentro do ventre, na maldade e cinismo dos vendedores de drogas e dos produtores de pornografia, que fazem fortuna explorando a fraqueza das pessoas e à custa das ruínas delas. Pensar nas vitimas do mal: os pobres; os famintos, os desabrigados e favelados que  “vivem sob viadutos, pendurados em encostas, palafitas ou invadindo áreas publicas e privadas”. Os meninos de rua abandonados pelos pais, às crianças que não nasceram ainda, mas cujas vidas já são ameaçadas por causa de uma sociedade egoísta.

Qualquer um, de nós, pode negar a pensar: Por que tenho de pensar na situação do mundo? Por que me preocupar com as mazelas da vida? Não é bem melhor deixar pra lá, e deixar a vida me levar? Não, urge que pensemos! Não importa se pensamos bem ou mal, pois afinal existe uma tragédia muito maior que pensar bem ou mal. É o trágico silencio!

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 Antonio Lara, articulista;  [email protected]                

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