Preconceito (I) Bom ou Ruim?

Pesquisando sobre o tema na internet me deparo com um artigo um tanto inusitado, extraído do livro Renasce Brasil (site renascebrasil), que qualifica o preconceito em benéfico ou maléfico. Segundo o autor preconceito maléfico seria aquele que resulta em injustiças e se baseia na aparência e na empatia. Já os preconceitos benéficos estabelecem a prudência e se fundamentam em leis divinas ou no instinto de autoproteção. Opõem-se às doenças contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, entre outras coisas.

A primeira coisa a que tais categorizações conduzem é: existe preconceito e não preconceito. A visão moralizante do artigo não está em sintonia com a Psicanálise. A moral da cultura deve ser eliminada se quisermos uma análise por esse enfoque. Esse é um desafio constante para quem estuda o desejo humano, que não se adapta a qualquer norma vigente.

Digno de nota é o autor, num momento posterior do artigo, expressar a dificuldade para distinguir qual preconceito é maléfico e qual é benéfico. A subjetividade intrínseca ao homem traz nuances diferentes que dificultam critérios maniqueístas, que dividem em bom ou mal, normal ou anormal, etc.

O preconceito surge de convenções culturais. Sempre que dada convenção é tida como correta, o que não for consoante é tido como errado, portanto sujeito a preconceito. Mas isso depende do momento sócio histórico.

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“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida”.(Sigmund Freud)

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Conheci meu meio irmão há poucos dias pela internet. Logo de cara nos entendemos e dois dias depois fui visitá-lo em seu estado. Encontro impactante e surreal. Temos dois anos de diferença, muitas identificações, o magnetismo do olhar nos uniu de forma intensa. Ultrapassamos o amor fraternal, amá-lo e ser amada me traz uma paz jamais vivida. Pode ser paixão ou é uma forma de extravasar as emoções?

Grazi, 20

 

A paixão não é uma escolha voluntária. Ela nos domina, não respeita a moral nem laços consanguíneos. Porém, quando somos educados nossos pais nos ensinam a diferenciar o amor fraterno do amor erótico. Nesse processo educativo construímos a personalidade e dirigimos a libido com certos contornos delineando assim a expressão do amor entre as pessoas.

Mas não é esse seu caso. Apesar de meio-irmão, como qualquer outra pessoa é perfeitamente possível de se apaixonarem um pelo outro. O que talvez venha ocasionar algum dissabor é enfrentar todo o falatório que uma situação dessas gera dentro da família, mesmo porque muita gente não suporta saber que o outro está feliz que já começa a colocar pedras no caminho de quem está vivendo momentos de felicidade.

Pelo que entendi houve um único encontro. A distância pode ser superada nesse início de paixão, mas tende a se acentuar na medida em que a paixão diminui. Na pior das hipóteses vocês são meios-irmãos.

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