Como acontece a lei de Causa e Efeito?

Alvaro Vargas

 

As nossas iniquidades ficam registradas em nosso espírito imortal, conforme mencionado por Jesus: “todo aquele que pratica o pecado é escravo do pecado” (João, 8:34). O nosso destino é nos tornarmos espíritos puros, e para isso, reencarnamos inúmeras vezes no mundo material, evoluindo tanto no aspecto intelectual como moral. Na erraticidade, durante a elaboração do programa reencarnatório, o nascimento em determinada família não é feito ao acaso, dependendo muitas vezes da escolha feita pelo próprio espírito (O que é o Espiritismo, cap. III, Allan Kardec). Nosso aprendizado é conduzido com base da lei de “Causa e Efeito” (Ação e Reação), em que toda ação realizada por nós, corresponde a uma reação semelhante. Todas as experiências adquiridas não se perdem, impactando em todos os aspectos de nossa vida durante a vilegiatura terrena.

O espírito André Luiz (Evolução em dois Mundos, cap. XIX, Chico Xavier e Waldo Vieira) cita que “a etiologia das moléstias perduráveis, que afligem o corpo físico e o dilaceram, guarda no corpo espiritual suas causas profundas. A recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria um estado anômalo na mente que podemos chamar de zona de remorso, em torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria. Estabelecida a ideia fixa sobre esse nódulo de forças mentais desequilibradas, é indispensável que acontecimentos reparadores se nos contraponham ao modo enfermiço de ser”. As nossas vibrações mentais doentias tanto podem acarretar enfermidades, como nos colocar em situações dolorosas, durante o processo de depuração dessas energias deletérias, objetivando a nossa cura espiritual.

Essa mesma lei, permite a atenuação de nossas faltas quando realizamos a nossa transformação moral, eliminando antigos vícios e vivenciando os postulados cristãos. A atitude cristã, consegue desintegrar as energias negativas que existem em nossa alma causadas pelas iniquidades realizadas no passado. Esse mecanismo de ação e reação acontece sem a necessidade de fiscalização por parte do mundo espiritual, pois as reencarnações e as desencarnações, de modo geral, obedecem simplesmente à lei de causa e efeito. Há princípios biogenéticos orientando o mundo das formas vivas ao ensejo do renascimento físico (Obreiros da vida eterna, cap. XI, André Luiz e Chico Xavier). Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes, capazes de influenciar na nossa evolução moral, são previstos (Livro dos Espíritos, questão 859-a, Allan Kardec). É o caso da morte, quando somos submetidos, de uma maneira absoluta, à inevitável lei da fatalidade, porque não podemos fugir ao decreto que fixa o termo de nossa existência, nem ao gênero de morte que deve interromper o curso da vida (Allan Kardec, op. cit., questão 872). O espírito Luís IX (guia espiritual da França), em resposta às várias perguntas estabelecidas por Allan Kardec (Revista Espírita, março de 1858), sobre morte acidentais, esclarece que antes de encarnar-se, o espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo, e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento. É o instinto de seu destino que o conduz à experiência necessária. Essa compreensão da justiça divina, em que Deus é amor e não pune a nenhum de seus filhos, corrigindo-nos como um Pai zeloso e oferecendo inúmeras oportunidades de remissão de nossas faltas, além de nos consolar frente aos desafios inerentes ao processo evolutivo, serve de incentivo para superarmos as nossas limitações morais e seguirmos os ensinamentos de Jesus.

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

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