Homem x Mulher (V) – Constituição

De modo geral são muitas as diferenças entre os gêneros, no que se refere às estruturas de personalidade. Histeria e obsessão com lógicas antagônicasse confrontam por suas diferentes formas de lidar com a lei, a barra, a castração. Para Freud o obsessivo recalca o afeto, mas não as idéias, diferente da histérica que recalca os dois.

Na castração (do desejo incestuoso), o menino ao temer o pai abandona a mãe como objeto; nesse mesmo ponto para a menina ocorre sua entrada no Édipo, ocupando a posição objeto de desejo do outro. Como um ser faltante, castrado, não faz sentido o temor. E de onde o menino sai do Édipo, a menina entra.

Na sociedade industrial o modelo paterno prevalecia. O menino crescia sabendo que se seu pai é homem e ele também, deveria tomá-lo como modelo na vida. A menina também tinha no pai o modelo de homem, mas ao saber que “não é homem” era obrigada desde cedo a inventar uma forma de ser por meio da negativa “não sou homem”, sem um modelo de como ser mulher.

Essas poucas linhas delineiam diferenças de estruturas que determinam até certo ponto as relações de objeto que cada pessoa adotará pelo resto de sua vida. Quando adulta, a mulher tende a se relacionar com homens cujos atributos estejam identificados ao seu pai, mas isso não ocorre com o menino. São constituições que fundamentam lógicas opostas entre obsessão e histeria

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“Olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer”.

(Sigmund Freud)

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Estou com dificuldade de encontrar alguém. Sempre encontro algum defeito nos homens. Às vezes tenho a impressão de que não estou muito bem mentalmente, pois do nada fico muito brava e revoltada, insuportável mesmo.

Liz.

 

Sua colocação carece de uma investigação clínica para alguma afirmação na medida em que você mesma levanta suspeitas. Defeitos todos os homens têm, até mesmo porque nem nós somos perfeitos, certo? Resta saber ao que isso se presta.

Em outras palavras, olhar os defeitos dos homens está a serviço de quê? Defesa contra experiências passadas que deixaram marcas profundas? Um amor não resolvido e idealizado? Alguma coisa dessa ordem pode estar justificando seu afastamento dos homens e olhar seus defeitos é um bom escudo.

Por outro lado há o seu humor que oscila de um extremo a outro repentinamente. Diagnósticos devem ser feitos por especialistas, e presencialmente. Seria muita estupidez minha dizer algo no sentido diagnóstico do que me traz. Mas do ponto de vista da subjetividade, o que considero mais relevante é sua suspeita quanto à sua saúde mental. Para o tratamento psicanalítico é preciso não apenas de um mal-estar, mas que o sujeito se queixe dele, que o sinta como incômodo, que é seu caso.

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