Mais de 500 mil mortes!

José Maria Teixeira

 

Que horror! O mundo se assusta. A mídia internacional noticia, lamenta e solidariza-se com sentimento de pesar. Nem mesmo o histórico genocídio de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, chegou a tanto cuja lembrança e celebração, 50 mil, causam sentimentos hoje como se no dia fosse.  Os mortos jamais são esquecidos.

Lá, por motivos de dominação entre países justificados ou não. Aqui, por ignorância, ódio, negacionismo, desprezo de si mesmo. Mas como? Não se trata da pandemia do coronavirus, a Covid-19! Sim. Por que então essa tragédia impar no Brasil?  Pois, contra o coronavirus já no seu inicio havia meios eficazes enquanto não havia a vacina.

A Organização Mundial da Saude (OMS) divulgou medidas seguras de ordem científica, ou seja: a higienização das mãos, álcool em gel, uso de mascaras, não aglomeração, pelo que jamais se teria esse quadro dantesco de mais de meio milhão de mortos.

Ocorre que, aqui no Brasil, e só havia de ser aqui pela singularidade do fato, o vírus incorporou-se num ser humano que de humano nada tem. Trata-se de seu presidente, cujo projeto de governo é “destruir o Brasil pela morte”.  Aqui se deu a perfeita sintonia: o genocida com o instrumento de morte em massa, o coronavirus.

A ninguém neste país é dado o direito de não saber as intenções deste governo. Retomem sua fala em entrevista ao programa Câmera Aberta, da TV Bandeirantes, em maio de 1999, Jair Bolsonaro disse: “que os problemas do Brasil só seriam resolvidos com uma guerra civil que matasse uns 30 mil”. Comprovando sua idéia fixa não esqueçam seus gestos insinuadores de quem atira com metralhadora contra população que ingenuamente o assistia na Avenida Paulista e em outras praças, fazendo campanha, proclamando sua tendência genocida especificamente contra o povo negro e o povo indígena.

Escudado pela sua arma, a mentira, e embalado pelo seu lema “Deus acima de todos”, começou e continua a desenvolver seu plano de governo: “ destruir o Brasil pela morte”. Infelizmente, dos muitos que o apoiaram e ainda apoiam bispos, padres, pastores e grandes empresários, não sabiam e ainda não sabem, que Bolsonaro revive o deus Moloque que se alimentava de vidas humanas (Biblia, Lev. 20:2-5). Vem daí a fala de seu secretário em entrevista na CPI, em tom de deboche: “tanto faz uma morte ou meio milhão, o sentimento é o mesmo”. Será?

O cara pálida não diz. Muitos já inoculados pelo espírito do deus Moloque,  alimentar-se de vidas celebram e se satisfazem com a morte. Daí, tudo o que leva à morte  interessa a esse governo. Pois, só há uma forma para se alimentar de vidas: é produzir a morte. Coisa abominável em qualquer lugar do mundo, principalmente no âmbito de governo, em que pese a ocorrência de uma pandemia tipo coronavírus ante os recursos existentes de uma ciência medica avançada incluindo vacinas.

Mais de quinhentas mil mortes! Por que? Quem responde por isso? Embora já se saiba as causas e os responsáveis por essa tragédia faz-se necessário formalizá-las pela natureza de suas implicações de ordem  publica. Somos um Estado Democrático de Direito e não um coletivo de homens. Há uma Constituição, a contragosto do presidente da Câmara e do Senado.  Este, por imposição da Justiça, criou e instalou a CPI, já em curso.

Desta se espera, dentro do prazo, um relatório límpido que, oferecido aos órgãos competentes, PGR. (Procuradoria Geral da República) e ao STF (Supremo Tribunal Federal), possam dar uma resposta de respeito e reparação à sociedade brasileira em especial aos familiares destroçados pelas mortes, principalmente daquelas que poderiam não ter ocorridas. Mais de meio milhão de mortes! Os mortos nunca serão esquecidos.

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José Maria Teixeira, professor

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