Doce ilusão, amarga consequência

Francys Almeida

 

O maior erro político dos últimos tempos é escolher empresários e gestores para figurar como administradores públicos.

Erra quem pensa serem similares. Na verdade, são opostos: a classe empresarial visa lucro; empreender, meta. O governante público deve visar o bem estar social, oportunidades a quem precisa, melhorar a vida da população, e o grande problema é que, de uma maneira geral, esses “gestores” odeiam pobre, têm nojo das classes “mais baixas”, como se referem diariamente.

Não compreendem que há pessoas que não vão se vacinar por não terem sequer a passagem. Não há fracasso na vacinação, há fracasso de gestão, pois não entendem a necessidade da população e isso os faz errar por muito no que se refere ao serviço público.

Um gestor público não deve pensar em “lucro”, Mas, sim, deve pensar em saídas para melhorar a vida das pessoas, diminuindo a desigualdade social, que concentra atualmente 50% das riquezas nas mãos de 1% da população.

A ilusão de que gerar “espírito competitivo” entre bairros vai fazer melhorar a gestão local de determinado grupo é um erro grave, que só não é maior do que tratar dinheiro público como fundo de investimentos, quando o objetivo é dar escola de qualidade, saúde digna e segurança a população, sem o que o produto é uma amarga consequência.

A Constituição Federal consagrou a dignidade da pessoa humana, como um princípio norteador. O lucro não pode estar jamais acima da vida, as pessoas não são apenas números nas mãos de uma visão egocêntrica.

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, militante partidário (PCdoB) em Piracicaba

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