Barjas Negri
Em nossa gestão construímos a nova UPA Vila Cristina/Jaraguá, na rua Dona Anésia, em substituição à antiga na avenida Raposo Tavares que, por 20 anos, atendeu bem a região, mas já estava inadequada para as exigências da demanda que aumentou muito nesse período.
Hoje, a UPA Vila Cristina tem espaços mais adequados, alas masculina, feminina e infantil, brinquedoteca, fraldário, sanitários adaptados para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, readaptados e ostomizados. As instalações têm cerca de 2.400 m2, com 45 leitos de enfermaria e sete de UTI, totalizando 52 leitos. As obras civis custaram R$ 4,9 milhões (R$ 2.100,00 o m2) e foram entregues em maio de 2020, no início da pandemia do coronavírus.
Além das despesas com a construção, foram aplicados mais R$ 2,3 milhões em instalações e equipamentos, inclusive um aparelho de raio-X digital. No total, portanto, foram aplicados R$ 7,2 milhões em obras e equipamentos. A nova UPA tem capacidade para atender pelo menos 15 mil usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) ao mês.
Por se tratar de uma obra de engenharia tradicional, a execução da Vila Cristina levou um pouco mais de um ano. Mesmo assim, permitiu atender muita gente e desativar a UPA Piracicamirim para que lá pudesse ser oferecido atendimento exclusivo para pacientes com Covid-19. Sua implantação melhorou muito o acolhimento de urgência e emergência. Nos últimos meses, por exemplo, atendeu uma média de 14 mil pessoas/mês, dentro do que foi planejado na nossa gestão.
Este ano, com o aumento no número de casos de infectados, a Prefeitura decidiu fazer uma ampliação na UPA Piracicamirim, antes denominada Hospital, agora Anexo, para garantir o atendimento de pacientes Covid em razão das dificuldades com a falta de leitos na rede hospitalar SUS e particular.
As novidades nesta obra do Anexo são duas: primeira, o método construtivo moderno e modular, capaz de ser executado em 60 dias, rapidez que vai garantir 42 novos leitos, distribuídos em sete quartos coletivos e dois de isolamento equipados com acessibilidade. Além disso, a unidade terá três postos de enfermagem, farmácia, almoxarifado, sanitários adaptados e outras áreas necessárias ao seu bom funcionamento.
A segunda novidade é que o Anexo terá 600 m2, obra contratada com dispensa de licitação, justificada pela atual gestão pela sua “urgência” e a “calamidade pública” devido à pandemia, tem seu custo é de R$ 5,4 milhões (R$ 8.900,00 por m2) e deve estar pronto em agosto, mês de aniversário da cidade. A esse valor das obras civis devem ser acrescentadas as instalações e os equipamentos, valores que ainda não se tornaram públicos.
Quando a obra for entregue, espera-se aliviar a superlotação dos leitos de enfermaria e, principalmente, de UTI dos pacientes atingidos pela pandemia que dependem do SUS.
Investimentos em saúde sempre são importantes e devem ser elogiados, mas é preciso deixar bem claro seus custos e a transparência de sua contratação, já que se trata de recursos públicos arrecadados e disponíveis no caixa da Prefeitura. Esperamos que esses novos leitos aliviem bastante a pressão sobre o sistema nos cuidados com pacientes contaminados pelo coronavírus.
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Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba