Para onde vai nossa Educação?

Charlies Ponciano

 

Desde o último dia 2 de junho, a Educação está sem um líder para comandar as mudanças necessárias para a transformação de um sistema arcaico e manual.

As expectativas com as palavras do secretário João Marcos foram enormes, devido às suas promessas e sua trajetória, que colocou uma escola pública da nossa cidade com a melhor nota do último IDEB. Seus ideais se alinhavam com as expectativas da grande maioria do professorado piracicabano.

Foram colocadas diferentes ideias em ação, muitas das vezes de forma equivocada e, logo em seguida, retiradas. Podemos falar nessa montanha russa de ideias, a questão do horário dos professores do Ensino Fundamental (que até o momento não compreendi, pois o não cumprimento da proporcionalidade de 1/3 sem alunos e 2/3 com alunos, não teve solução).

Mas as mudanças anunciadas, como: a implementação de um diário online, foi abortada; a desburocratização, só ficou no discurso; solução para a implementação de um sistema de ensino híbrido  municipal, ficou compactado na palavra autonomia, em que cada escola gere o seu sistema;

Alcançamos alguns avanços: o uso da TV Câmara para disseminar a educação em casa aos nossos alunos; a tão sonhada remoção para os profissionais da educação do setor administrativo e dos próprios professores.

Mas a remoção dos professores (na minha visão), esbarra em um problema que deveria ter sido resolvido e que foi promessa de campanha do prefeito Luciano Almeida, no qual seria o fim da função gratificada e a realização de concurso público para os cargos de gestão escolar do nosso município.

Por que um problema? Você deve ter levantado essa questão, ao ler o parágrafo anterior, entretanto, é bem simples, haverá mais uma remoção e mais uma vez quase uma centena de professores, terão seu direito, após vários anos trabalhando na rede municipal não adquirir uma sede, nesse ano. Isso é motivado pois os gestores escolares tem sua vaga mantida, pois se o mesmo não for bem avaliado ou decidir deixar a função gratificada, retorna para a sua sede. Ter uma remoção sem a reestruturação dos cargos não irá modificar muito o cenário das vagas destinadas aos novos professores que entraram na rede nos últimas 7 anos.

O atual prefeito, como não temos secretário de Educação, deveria encabeçar um projeto reestruturante da Educação municipal. Minha alternativa seria, em um primeiro momento, a abertura de vagas por concurso para Supervisão de Ensino e Direção de Escola para ampla concorrência e a abertura de um sistema de avaliação interno para a classificação de professores, para a função de professor coordenador a ser escolhido pela comunidade escolar. São devaneios de um professor que vislumbra uma gestão democrática e justa, muitos irão odiar meu ponto de vista, pois acharão que estou desvalorizando aos professores que passaram em banca ou foram convidados para a função gestora. Para isso, tenho a proposta de que o professor em função gratificada, deveria abrir mão da sua sede e se resolver deixar a FG, voltaria a concorrer em um próximo processo de remoção.

Outro aspecto, que precisa de um alerta é a equipe do NUMAPE que está limitada a pouco mais de 3 dezenas de professores (cerca de 1% dos profissionais de educação da rede), impedindo uma oferta de melhor qualidade aos alunos com deficiência, pois de acordo com a ONU, 10% da população geral de países subdesenvolvidos podem ter alguma deficiência, criando um grande abismo nas possibilidades de desenvolvimento dos alunos.

Essas são algumas questões que precisam ser colocadas em pauta na Educação Municipal, pelo prefeito e futuro(a) secretário(a) de Educação, espero que venha ter nesse ano uma Jornada Pedagógica, mesmo que de forma virtual para debate das necessidades da nossa rede.

Desejo uma educação de alta qualidade em nosso município, pois o futuro da nossa cidade (nossos alunos) merece…

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Charlies Ponciano, professor

 

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