Comunicação para melhorar (ou aprofundar) os relacionamentos

Natalia Mondoni

 

Vivemos a era da comunicação. Nunca foi tão fácil para nós nos comunicarmos através das mais avançadas tecnologias e ferramentas: podemos nos conectar com pessoas em várias partes do mundo, podemos assistir a aulas em qualquer lugar, a qualquer hora. Podemos até, se assim desejarmos, ouvir o que o outro tem a nos dizer deixando a fala do outro mais rápida, assim economizamos alguns segundos de tempo. Curioso é, mesmo vivendo neste auge de possibilidades, que a comunicação nos relacionamentos esteja cada vez mais nebulosa e difícil. Mas, por quê? Se eu tenho uma inclinação a amar aquilo que eu conheço, por que não pensamos na comunicação como uma ferramenta de melhoria de nossas relações?

Talvez a primeira coisa a ser considerada é exatamente a nossa inclinação para permanecer naquilo que é mais superficial, nas amenidades: são as coisas boas da vida, as coisas que vão acontecendo em nossa rotina, mas as coisas que ficam pairando como repetições e sem aprofundamento. Se meu foco paira naquilo que é bom, que é agradável, como farei quando precisarei abordar as questões mais difíceis, talvez mais desconfortáveis, profundas? É nesse ponto que começam as dificuldades: temos uma tendência a fugir de conversas que são necessárias. As que aprofundam as coisas, que mostram de fato o que sentimos e o que somos. Talvez por nos sentirmos vulneráveis demais, ou não confiarmos o suficiente. E, sim, perdemos a oportunidade de estreitar laços e construir relacionamentos mais maduros, como indivíduos e como casal. Às vezes o que precisamos é entender que nossa vulnerabilidade nos leva a oportunidade de melhorar, de enfrentarmos realmente nossas dificuldades. Então, lhe pergunto, hoje: De onde vem essa sua dificuldade? O que sente? O enrosca dentro de ti que lhe permite ir além? O resultado disso são relacionamentos fadados à problemas de origem, uma vez que as coisas importantes não foram abordadas, e que repercutirão por muitas outras vezes. Além disso, temos àqueles que não conseguem ir além com as propostas de relacionamento, já que não conseguem se lançar, se mostrar, confiar: as conclusões são logo estabelecidas.

Nesta nossa vida temos certeza de pouquíssimas coisas, mas isso não deveria ser um impeditivo para evitar quaisquer decepções e frustrações. Reajustar a forma de enxergá-las – decepções, frustrações – é se permitir olhar para a jornada individual entendendo que fez o seu melhor, inclusive, para sair do raso, para se permitir. Precisamos mais do que sobreviver, precisamos viver, e viver bem, incluindo nossos relacionamentos. Uma dose de coragem e vida pode nos fazer ir além dessas nossas limitações humanas.

Vamos juntos? Com carinho,

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Natalia Mondoni, psicóloga

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