Uma força-tarefa formada pela Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Vigilância Sanitária e Tributação da Prefeitura de São Pedro começa a atuar na sexta-feira em vários pontos da cidade com o objetivo de barrar aglomerações e reforçar orientações sobre medidas que ajudam a evitar a disseminação do coronavírus.
Como determina o Plano São Paulo, elaborado pelo Governo do Estado, os estabelecimentos podem funcionar apenas até as 21h e música ao vivo não é permitido. Após a orientação, estabelecimentos que descumprirem as regras serão notificados, multados e em caso reincidentes, lacrados. Também serão verificadas denúncias de festas clandestinas. Nas abordagens serão verificados itens como uso de máscara, disponibilização de álcool em gel, distanciamento e respeito ao limite da capacidade.
“Essas são medidas de cautela e cuidado que adotamos para reforçar a segurança de todos. Não podemos relaxar e é muito importante que cada um faça sua parte. Assim protegemos a nossa saúde, da nossa família e de outras pessoas do nosso convívio”, disse o prefeito Thiago Silva.
Na semana passada, o Hospital Beneficente São Lucas, a Santa Casa de São Pedro, atingiu 100% da capacidade, com todos os leitos de terapia intensiva ocupados. Até o dia 10 de junho, São Pedro contabilizou 3.493 casos da doença e 84 óbitos desde o início da pandemia. Só neste ano foram registrados 67 óbitos, mesmo com as medidas adotadas para reforçar o atendimento, como contratação de equipe especializada em atendimento intensivo.
A situação na região também é crítica. Em Piracicaba, que esta semana ultrapassou a triste marca dos 1.000 óbitos por Covid, a taxa de ocupação registrada no dia 10 de junho foi de 98% na UTI e 74% na enfermaria.
Limeira passa por situação semelhante. Também no dia 10, a Unidade de Referência Coronavírus estava com 100% dos leitos ocupados – 40 em UTI, 48 em leitos clínicos e 17 em leitos de suporte ventilatório.
Especialistas da área médica reforçam que abrir mais leitos – medida que também enfrenta barreiras como a falta de equipamentos como o kit intubação e profissionais da área da saúde – não é solução para a alta dos casos e sim realizar medidas para evitar a disseminação rápida da doença e quebrar a cadeia de transmissão.
Se a situação já está à beira do colapso, os prognósticos não são dos melhores. Em entrevista ao portal Uol, a infectologista e professora de doenças tropicais da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Vera Magalhães, comentou sobre o alto número de casos registrados no país. “Nós estamos entrando aparentemente em uma terceira onda, sem termos saído da segunda, da mesma forma que a gente entrou na segunda sem ter saído completamente da primeira.” Na entrevista, ela também destaca a importância da vacinação rápida. “Enquanto isso não ocorre, temos que manter as medidas de distanciamento social ou a gente dificilmente vai sair dessa pandemia”.
FASE DE TRANSIÇÃO PRORROGADA – Na quarta-feira, dia 9, o governador João Doria anunciou a prorrogação da fase de transição do Plano São Paulo, em vigor desde 18 de abril, até o dia 30 de junho.
Contribuiu para a decisão o aumento de internações em todo o Estado. “É preciso muito cuidado, muita colaboração. Não podemos ter aglomeração de forma alguma. Devemos seguir com todas as medidas que controlam a disseminação do vírus”, disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência, na entrevista coletiva.
As regras em vigor determinam que a ocupação máxima permitida para os estabelecimentos é de 40%.