Adolpho Queiroz
Daniel Rosenthal
Hermes Ferreira Balbino
José Luiz Guidotti Jr.
- O projeto Engenho da Cultura não diz respeito apenas ao espaço do Engenho Central. Ele é mais amplo, vai da Avenida Renato Wagner até o Parque de Lazer do Trabalhador, na margem esquerda. E do Elevador-Reabertura do Restaurante Mirante, passando pelo Engenho Central até a Avenida Presidente Kennedy, na margem direita;
- Estão envolvidos na articulação dessas ações o IPPLAP, Ação Cultural, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda e Turismo, Trânsito e Transportes, Meio Ambiente, Administração, Finanças, Procuradoria Geral, Centro de Comunicação, Guarda Civil, Esportes, Obras e Saúde, da parte da Prefeitura, com início da fase de planejamento, para posteriores levantamentos sobre as obras a serem realizadas, custos e cronograma de ação de 2021 a 2024. Trata-se de longo percurso;
- Após a apresentação das propostas nos 100 dias do Governo, temos até o mês de agosto para realizar os levantamentos técnicos, no caso do Engenho Central, de todos os barracões, para análise de necessidades de reformas e adaptações em telhados, partes elétrica e hidráulica, pisos, reformas de vitrais, pintura e, posteriormente, definições dos aspectos museológicos, onde forem feitas intervenções desse nível. O estudo no Engenho contempla ainda a abertura de, pelo menos, dois restaurantes, dois cafés e uma lanchonete, para atenderem funcionários que por lá passarem a trabalhar, visitantes locais e externos, convidados, festas tradicionais que lá se realizam, feiras e convenções, entre outros eventos dessa natureza;
- Além disso, esperamos que esse projeto não seja apenas da Prefeitura, mas que haja apoio dos governos do estado e federal, das grandes e médias empresas de Piracicaba, das associações de classe e, em especial, no caso do Engenho, dos fazedores de cultura da cidade;
- Nossa pretensão inicial com relação à ocupação de 18 dos 23 barracões e imóveis do Engenho, será no sentido de montar escolas de artes plásticas, música, dança, cinema, letras, fotografia, entre outras. O Engenho, a nosso juízo, não pode continuar sendo apenas espaço de “apresentações” teatrais e musicais. Deve ser um espaço de formação e de reflexão sobre a cultura local e seu lugar no mundo, com seminários, debates, entre outros;
- Esses barracões têm tido pouquíssimo uso ao longo dos 40 anos de posse pela Prefeitura. Construíram-se apenas o Teatro Erotides de Campos, ajeitou-se o barracão 14 para exposições e feiras, instalou-se a sede da Ação Cultural e no casarão de cima, hoje a Selam; uma casa para o Departamento Histórico, ligado ao IPPLAP e uma média ocupação do barracão 14A pelo CEDHU (Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação de HumorGráfico de Piracicaba);
- Os outros 18 barracões e imóveis não têm tido nenhuma ocupação formal ao longo destes 40 anos. À exceção esporádica da Festa das Nações, durante apenas alguns dias do ano; festas típicas, feiras e exposições ocasionalmente. Recentemente em contato com o prefeito e os secretários envolvidos no projeto, representantes do Instituto Cultural Raízen, manifestaram interesse na construção do VER de MUSEU, uma obra museológica com perspectiva de virar referência nacional e internacional, a partir da cultura da cana-de-açúcar e da biodiversidade;
- Na sua nova política a partir deste ano na Prefeitura, a orientação do prefeito Luciano Almeida é acabar ou diminuir sensivelmente os aluguéis de imóveis públicos na cidade. Só a ida da Selam para o Engenho traz uma economia de R$ 240 mil anuais em aluguéis. Trouxemos, também, para um barracão onde a Ação Cultural guardava na Paulista, barracas, tendas, palcos e suporte para os eventos que realizava. A Prefeitura tem sido obrigada a pagar aluguéis de inúmeros imóveis na cidade para outras funções que ela precisa exercer;
- Outra orientação do prefeito Luciano Almeida é a contratação de um arquiteto-designer de Museus, para um projeto único para o Engenho, para que os barracões tenham uma unidade física, estética e museológica, dando uma concepção única a todos eles em seus futuros “fazeres” e “ensinares”, qualificado para que possa fazer esse desenho que, no caso do Engenho, sairá do Restaurante Mirante, passará pelas novas unidades gastronômicas (que serão destinadas por meio de licitação pública a empresas profissionais) e vai até o final do Engenho. Na outra margem do Rio, planeja-se novos modelos de negócios para o local;
- A Secretaria de Mobilidade Urbana, Trânsito e Transportes terá a responsabilidade de um estudo de viabilidade para o trânsito na região. Não adianta querermos ter 10 mil carros nas margens do rio, especialmente nos finais de semana, se não pudermos abrigá-los de forma satisfatória. Há sondagens preliminares para a criação de novos bolsões de estacionamento na área;
- Por fim, nossa responsabilidade junto ao Grupo de Trabalho tem sido a de pensar as opções e oportunidades que podemos incluir no Engenho, novas formas de gestão dos equipamentos, definição de reengenharia dos trabalhadores e fazer contatos. Temos sido, até aqui, apenas os “alfaiates” para pensarmos e construirmos essa gigantesca costura. O planejamento, portanto, tem que ser o melhor possível, para que possamos errar o menos, e deixarmos uma nova Rua do Porto e um novo Engenho daqui a quatro anos.
Enfim, trabalho não tem faltado até aqui. Não pretendemos antecipar e nem “deslegitimar essas ideias”, sem ter a certeza de que haverá recurso público ou privado para a realização desta complexa reengenharia do projeto.
A vontade é grande e precisa do apoio de todos para tentarmos deixar uma marca na história da cidade, abrindo o Engenho para o futuro, com as várias linguagens artísticas que ele poderá desenvolver e abrigar. E na outra margem, novos negócios e oportunidades.
Esperamos poder colaborar com nossas vivências, para deixar uma Piracicaba ainda mais pujante no campo cultural, turístico e econômico dentro do período do nosso mandato.
Compreendemos a ansiedade de todos para que se tenha uma visão mais rápida e completa sobre o assunto, mas reiteramos que o “planejamento está em construção”. Ele será anunciado pelo prefeito e pela equipe mais adiante, quando tivermos o processo melhor configurado.
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Adolpho Queiroz, secretário da Semac; Daniel Rosenthal, presidente do Ipplap; Hermes Ferreira Balbino, secretário da Selam, e José Luiz Guidotti Jr., secretário da Semdettur