Coronavírus: 1.000 mortes

Luciano Almeida

 

Escrevo este artigo movido pela mais profunda comoção. Como prefeito de Piracicaba, não poderia me omitir neste momento em que o município atinge a triste marca de 1.000 mortos em decorrência do novo coronavírus (Covid-19). Não estamos tratando apenas de estatísticas frias, mas de pessoas como eu e você, com histórias de vida, anseios, planos futuros e laços familiares que foram ceifados de maneira abrupta. Um fato que veste de luto o nosso município.

As notícias são tristes, mas o poder público municipal tem agido com determinação para conseguir minimizar a situação. Por meio da Secretaria de Saúde, a Prefeitura de Piracicaba vem ampliando o atendimento às pessoas com Covid-19. Em dezembro de 2020, a cidade dispunha de 86 leitos de UTI e, no atual momento são 158 leitos; no caso das enfermarias, eram 99 vagas ano passado e hoje são 200. Ampliamos também os locais para atendimento direto à população. Em 2020, tínhamos apenas a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Piracicamirim. Neste ano, além do Pisca, ampliamos o atendimento para a COT (Central de Ortopedia e Traumatologia) e para a UPA Vila Rezende.

Outra ação importante é que mantivemos o cronograma de vacinação contra a Covid-19 de maneira ininterrupta. Já conseguimos vacinar 1/3 da população de Piracicaba, com faixa etária acima de 18 anos, sendo 101.607 pessoas apenas com a 1ª dose. Inicialmente, a vacina aconteceu nos postos de saúde, mas conseguimos criar um sistema de agendamento digital pioneiro, o VacinaPira, que otimizou o trabalho dos profissionais da saúde e, depois disso, nos organizamos e centralizamos a aplicação do imunizante no Ginásio Municipal Waldemar Blatkauskas, com centro de triagem e atendimento rápido pelas equipes de saúde, além de oferecer essa opção também nas unidades de saúde nos distritos rurais.

Além disso, a Prefeitura “endureceu as leis” e criou força-tarefa com integrantes da Guarda Civil (GC), polícias Militar e Civil e representantes do Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa) a fim de coibir o desrespeito aos protocolos de prevenção à Covid-19 por parte dos estabelecimentos comerciais, atuando de forma severa contra as festas clandestinas. E mais: organizamos campanhas e ações de conscientização por toda a cidade.

Mesmo com todas essas medidas, a situação da cidade chegou a um patamar de ocupação total dos leitos de UTI e nos vimos forçados a agir de forma ainda mais enérgica. Pelo decreto número 18.653/2021, autorizamos o Travão Emergencial com medidas restritivas no município, entre os dias 27/03 e 04/04, com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas e o contágio da Covid-19. Além de estabelecer as regras de funcionamento das atividades industriais, comerciais e de serviços no município, antecipamos o feriado de Corpus Christi (03/06) e conseguimos uma sequência de 9 dias de bloqueio na cidade, que só foi possível com a colaboração da população, comerciantes e empresários que entenderam essa necessidade. O resultado foi positivo, já que a taxa de ocupação de UTI caiu 30% após um mês desta ação.

Com um sinal de melhora, conseguimos ampliar significativamente a realização dos testes rápidos e de RT-PCR na cidade por meio do Programa RespirAr, que consiste em oferecer aos pacientes com sintomas de síndrome gripal atendimento descentralizado para Covid-19 nas 51 Unidades de Saúde da Família (USF), acompanhando e monitorando-os por meio da oximetria, com o intuito de evitar a hipóxia silenciosa. Atualmente, são 3.954 pacientes monitorados pela Atenção Básica.

Ainda neste contexto, quem também tem ajudado muito a Prefeitura são entidades e empresas locais que realizaram ações sociais importantes, principalmente com a doação de medicamentos, insumos e equipamentos, como respiradores e refrigeradores para vacina, incluindo um ultrafreezer que pode armazenar imunizantes a temperatura de -80°C. Além disso, 60 empresas doaram aproximadamente 114.665,13 kg de alimentos, ajudando 2.852 famílias diretamente.

Gostaria de finalizar com duas notícias positivas. Em no máximo 10 dias iniciaremos a construção do anexo da UPA Piracicamirim, que vai atender exclusivamente pacientes com Covid-19, com 42 novos leitos. As obras devem ser concluídas em 60 dias. A outra notícia importante é que para dar suporte para este novo anexo, a Prefeitura contratará uma OSS (Organização Social de Saúde), com mais 180 profissionais, ampliando assim o número de médicos e de outras pessoas da área para desafogar o nosso sistema de saúde.

Continuamos atentos, trabalhando com senso de urgência, tomando todas as medidas necessárias para estancar a perda de vidas nesta pandemia.

 

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Luciano Almeida, prefeito de Piracicaba

 

 

 

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