Pandemia: Apeoesp registra 92 mortes pela Covid-19 no Estado

Bebel diz que a situação só não é mais grave porque a maioria dos alunos não têm ido às aulas e porque teve início a vacinação dos professores – Crédito: Divulgação

Levantamento da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) contabiliza 2.586  profissionais da educação com Covid-19 nas escolas públicas, sendo que 92 foram a óbito no Estado de São Paulo. Esses dados são desde o retorno das aulas presenciais, no final de janeiro deste ano e são parte dos números alarmantes do Brasil, onde já são contabilizados 16 milhões e 300 mil casos, com mais de 454 mil mortes, sendo que só em São Paulo são 3.22 milhões de casos, com 109 mil e duzentas mortes.  O levantamento da Apeoesp, com dados do final da tarde de quarta (02), mostra que, em Piracicaba, 18 profissionais da educação contraíram a covid após o retorno das aulas presenciais, sendo que entre as vítimas fatais está o professor Luiz Augusto Furlan Camba, o Guto,  aos 36 anos de idade, sepultado em 22 de abril.

Como forma de evitar a proliferação da doença, a presidenta da Apeoesp, deputada estadual Professora Bebel, desde o início da pandemia, se posicionou contrária às aulas presenciais. “Aprendizagem se recupera, vidas não!”, defendeu ela, que desde o retorno das aulas presenciais vem liderando o movimento dos professores da rede estadual de ensino contra o retorno às escolas.

Para a Professora Bebel, esses casos de covid e de mortes de professores no Estado sintetizam a determinação do governador João Doria e do secretário estadual da Educação, Rossieli Sores, do retorno de 35% dos alunos em sala de aula, ignorando o apelo da entidade contrário à volta das aulas presenciais, e a sentença proferida pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da nona vara da fazenda pública da capital paulista,  em 9 de março último,  fruto de uma ação movida pela Apeoesp em conjunto com outras  entidades da educação, suspendendo as aulas e atividades presenciais nas escolas de educação básica do Estado de São Paulo.

CONSCIENTES 

Bebel diz que a situação só não é ainda mais grave porque os pais conscientes acabaram não enviando seus filhos às escolas, com o número de alunos não chegando a 5%, e porque ocorreu a vacinação parcial dos professores. A Apeoesp defende o retorno das aulas presenciais somente com a vacinação de todos os profissionais da educação e com o controle sanitário da pandemia do coronavírus no Estado.

A posição da Apeesp contrária ao retorno das aulas é baseada em estudo realizado pela  Apeoesp, Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apresentado em agosto do ano passado, revelando que 99% das unidades escolares não possuem enfermaria, consultório médico ou ambulatório, enquanto que 82% das escolas estaduais não têm mais de dois sanitários para uso dos estudantes, enquanto que  11% das escolas estaduais não têm pátio, 13% não têm quadra, ginásio ou campo de futebol e 79% não possuem vestiário. Outro dado é que 48% das unidades escolares não têm sanitário acessível para pessoa com algum tipo de deficiência. “Esse levantamento colocou em números o que nós, professores, sabemos há muito tempo: a infraestrutura das escolas da rede estadual paulista é precária. Isso já era extremamente prejudicial para o processo pedagógico. Agora, em plena pandemia, passou a ser perigoso”, ressalta Bebel.

 

 

 

 

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