Mitos (III) – O que é?

Os mitos sempre foram relacionados às religiões, em especial as já extintas por exercerem um papel regulador quanto ao sagrado. Tal condição sustenta sua existência. Foi por meio da linguagem simbólica contida nos mitos que as religiões antigas narraram fatos cotidianos acontecidos.

Os ritos são a concretização do mito – como no casamento ou velório. Em alguns sites mito é definido como “a mais antiga forma de conhecimento, de consciência existencial e ao mesmo tempo, de representação religiosa sobre a origem do mundo, sobre os fenômenos naturais e a vida humana”. Nesse sentido a religião dá ao mito seu sentido mais sobrenatural possível, conferindo-lhe um lugar metafísico, indo para além dos sentidos.

Esse atributo do mito aliado à sociedade moderna, capitalista, carente de modelos, favorece que o homem pense o mundo através deles. Com o tempo o aspecto exclusivamente religioso foi sendo substituído por outros símbolos cujo valor identifica-se com o inatingível. Por esse motivo astros e estrelas são mitificados (entre eles Marilyn Monroe).

A tecnologia com conexões e cliques traz a dimensão metafísica à baila em versão moderna. O que seria ficção há 30 anos é hoje uma realidade devido a gênios como Steve Jobs que se mitificam em nosso simbólico para se tornar parte de nosso cotidiano por meio de sua genialidade tecnológica.

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“É impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem nenhum mecanismo de fuga”. (Sigmund Freud)

 

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Já convivi com intelectual, Pastor, anarquista, drogado, mas não me firmei em nenhum. Estou eternamente buscando “ser algo” e conclui que não me encontrar tem sido a raiz de minha depressão. Uma semana penso e raciocino como um anarquista, outra estou religioso, mas quando a depressão me pega não penso em nada. Amanheço convicto de que nasci pra religião, e até a noite isso já se mudou. Estou em tratamento, mas não quero viver assim para sempre. Há iniciativas pessoais para tirar esse peso de querer se algo?

Ayrton.

 

O profissional que lhe trata tem as ferramentas nas mãos, e deve acima de tudo lhe implicar em sua queixa. Em nossa vida mental somos parte de tudo o que nos queixamos por mais que o motivo seja aparentemente externo, em oposição à visão médica que, com medicamentos, lhe isenta de tal responsabilidade. Jacques Lacan diz que a depressão é uma covardia moral. Psicanálise e Medicina têm enfoques diferentes, cada qual com sua competência.

Por outro lado sua descrição lembra transtorno bipolar, porém é preciso diagnóstico psiquiátrico. Oscilações de humor todos têm, mas quando se torna queixa a coisa muda. No transtorno bipolar há a alternância entre as fases eufórica e depressiva, e seu relato traz elementos dessa ordem. Essa hipótese já foi levantada em seu tratamento? Além de seu tratamento o que mais tem feito? Antes de qualquer ação é necessário melhor investigação.

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