Na data em que se comemora o Dia Nacional do Medicamento Genérico, neste dia 20, a coordenadora do Setor de Farmácia da Santa Casa de Piracicaba, Juliana Prezotto, lembra que esses produtos estão entre os mais importantes do mercado farmacêutico.
Ela explica que o genérico contém os mesmos princípios ativos, na mesma dose e forma farmacêutica, sendo administrados pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência. “Os genéricos estão diretamente associados à oferta de medicamentos seguros, eficazes e de qualidade, com preços bem mais acessível, pois são, pelo menos, 35% mais baratos que os de referência beneficiando o consumidor de todas as formas”, considerou.
Juliana lembra que, depois de um período sofrendo fortes discriminações, os genéricos vieram para ficar. Segundo a farmacêutica, pesquisa realizada há alguns anos pelo ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade) mostrou que o nível de confiança dos brasileiros no genérico é quase o mesmo em relação ao remédio de marca. “Pelos estudos realizados, 73% da população confia plenamente nos medicamentos genéricos; entre os idosos com mais de 60 anos, essa taxa sobre para 78%”, disse.
Para Juliana, a falta de atratividade inicial do genérico pode estar relacionada à carência de compreensão do processo de seu desenvolvimento e fabricação. Ela explica que essa barreira vem sendo rompida pela intercambialidade; ou seja, pela segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico em um processo validado por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro através dos estudos de equivalência farmacêutica e in vivo, com estudos de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Os medicamentos genéricos podem ser identificados pela tarja amarela na qual se lê “Medicamento Genérico” e, como eles não têm marca, o que se lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento. “É importante ressaltar também que os genéricos geram grande economia para o Sistema Único de Saúde (SUS), por oferecerem alternativas mais baratas e igualmente eficazes no tratamento de doenças”, disse Juliana.
Ela ressalta que o genérico viabiliza o tratamento de milhares de pacientes, destacando-se os acometidos por enfermidades crônicas, como hipertensão e diabetes, transformando-se hoje no principal instrumento de acesso a medicamentos no país por permitir que os consumidores consigam dar continuidade a seus tratamentos de forma econômica, segura e eficaz.
A farmacêutica contabiliza que, entre os anos de 2019 e 2020, a Santa Casa de Piracicaba promoveu a dispensação mensal de aproximadamente 270.000 unidades de comprimidos, ampolas, frascos e bolsas; e 130.000 ml mensais de xaropes e medicamentos em gota. “Uma parte desses medicamentos são genéricos”, informou.
Ela conta que o Setor de Farmácia da Santa Casa é composto por nove farmacêuticas e 133 funcionários, entre técnicos, auxiliares e ajudantes de farmácia, mensageiros, secretárias, supervisor e assistente administrativo. “Temos 12 farmácias satélites que contam com o apoio de oito setores na área, como a CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico), o Setor de OPME (Órteses, Prótese e Materiais Especiais) e as Unidades de Fracionamento, Unitarização, Central de Kits, Depósito de Soro, Central de Saneantes, Lançamento de Gastos e Secretaria, com rotinas muito bem definidas e diversificadas”, disse.
Segundo Juliana, as farmácias satélites definem seus pedidos conforme os setores atendidos, a exemplo das UTIs, Centro Cirúrgico, Pediatria, Centro Obstétrico, Maternidade, Unidades Cirúrgicas, Unidades Clínicas, Pronto Atendimento e Alas Covid, que recebem medicamentos genéricos e éticos separados e embalados de forma unitária conforme prescrição médica.