Sindicato dos Municipais, contra a terceirização de UPA, pede Audiência Pública

O Sindicato dos Municipais de Piracicaba e Região, protocolou, ontem (17), um documento na Secretaria de Saúde e na Câmara Municipal, requerendo uma Audiência Pública em caráter de urgência para dar voz aos trabalhadores da saúde municipal, através de seus representantes legais e na presença dos representantes da Câmara de Vereadores e do Conselho Municipal de Saúde sobre a contratação de uma empresa terceirizada, que será administrada por uma OSS (Organização Social de Saúde).

Foi através de uma visita do secretário de Saúde, Filemon Silvano, na quarta-feira (12) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Piracicamirim, que os servidores foram comunicados que a administração está estudando terceirizar a gestão da UPA.

Sobre isto, uma carta assinada pela equipe de servidores da UPA Piracicamirim começou a circular nas redes sociais. Na carta, os servidores se manifestam indignados com notícia do secretário.  “Ao invés de felicitações (pelo Dia da Enfermagem) recebemos a triste notícia que a nossa UPA do Piracicamirim, que desde o início da pandemia atua como linha de frente no combate ao Covid-19 será terceirizada. E que os funcionários concursados da prefeitura, serão remanejados a outros serviços ainda não definidos e os colegas que vierem por meio de contrato, justamente para o auxílio do enfrentamento da doença”, relatou a equipe de saúde na carta.

A preocupação e a tristeza dos servidores vêm diante de tantos esforços e dedicações principalmente nesta época, em que muitos ficaram doentes e até morreram trabalhando. Além da questão de saúde, os servidores relatam que houve perdas financeiras, com os afastamentos tiveram descontos em seus benefícios: “Nós não recebemos uma gratificação pelo enfrentamento da doença como em muitos lugares, mas recebemos um desconto devido o afastamento ocorrido pela doença”.

Neste início de tarde (17), durante o Jornal Sind Municipal, apresentado pelo diretor Osmir Bertazzoni teve a participação do diretor Moisés Leite e do médico da rede municipal, Vilson Dornelles, que atua no SUS há mais de 40 anos. Eles manifestaram grande preocupação com o projeto de terceirização da UPA e pediram que o secretário de saúde reveja a decisão, pois além da desvalorização do serviço púbico, a terceirização poderá gerar grandes prejuízos aos munícipes.

Segundo Bertazzoni, no início da pandemia as unidades de saúde de Piracicaba contaram com o apoio do Sindicato que forneceu máscaras e EPI’S, que foram obtidas através de doações, para que pudesse trabalhar com segurança em meio a pandemia. Na época, grande era o número de servidores que reclamavam pela falta de EPI’S.

A Secretaria de Saúde contratou emergencialmente, por R$ 1,3 milhão, a BG Serviços de Clínica Médica como nova empresa médica para a cobertura de plantões nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade. A contratação foi publicada no Diário Oficial de sexta-feira (14). Já a partir desta segunda-feira (17), os plantões voltam a sua normalidade nas unidades.

“Nossos problemas não se constituem no atendimento básico, na triagem ou encaminhamento, nosso problema é falta de leitos hospitalares. O custo desse contratado vai aumentar as despesas públicas e não vai solucionar o problema. São médicos e enfermeiros que lutaram e lutam bravamente. Esse contrato com a OSS não vai solucionar os problemas dos piracicabanos, vai apenas aumentar as despesas públicas sem que nada se construa para melhorar a saúde”, disse Bertazzoni.

Além do documento solicitando a Audiência Pública, o Sindicato enviou outro ofício ao secretário de saúde, Filemon Silvano, convidando-o para participar do Jornal Sind Municipal, transmitido ao vivo todos os dias às 11h30 pelo Facebook da entidade, para que ele esclareça sobre a contratação emergencial da OSS, para o enfrentamento da Covid-19.

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