Dando continuidade à 4ª Semana da Conscientização da Alergia Alimentar de Piracicaba, a Escola do Legislativo “Antônio Carlos Danelon – Totó Danelon”, da Câmara Municipal de Piracicaba, promoveu, terça-feira (11), a segunda das quatro palestras sobre o tema “Conscientização da alergia alimentar”, que aborda estratégias para a inclusão com segurança, nas atividades do dia a dia, de quem convive com a condição.
Com participação do coordenador da Escola, vereador Pedro Kawai (PSDB), o tema foi “Alergia alimentar e aspectos sobre vacinação”, ministrado por Elaine Gagete Miranda, médica alergista e imunologista dos Comitês de Anafilaxia e Imunoterapia da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), membro da AAAAI (American Academy of Asthma, Allegy and Immunology) e da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Elaine ressaltou as informações do estudo publicado pelo jornal “The Lancet”, de 2000 a 2019, que apontam que as vacinações em países de média e baixa renda evitaram 37 milhões de mortes, com previsão de que até 2030, esse número passe a ser de 69 milhões. “O impacto da vacinação sobre as doenças infecciosas é a coisa mais importante que existe nos últimos anos da medicina para evitar mortes e sequelas”, explicou.
A médica aponta, ainda de acordo com o estudo, que o impacto dessas vacinações foi responsável pela acentuada queda nos casos de incidências das doenças como as meningites por meningococo, tétano, neonatal, entre outras. “Em 1989, nosso país erradicou a poliomielite. Sem a vacinação, nós jamais teríamos conseguido esse feito”.
Sobre as reações alérgicas a vacinas, a médica reforça que se tratam de eventos raros, relacionados principalmente a aditivos.
“Quando o paciente recebe uma vacina, além do agente microbiano que é a vacina em si, fornecido ao sistema imunológico para gerar anticorpos contra a doença, existem também os resíduos pós-fabricação, como por exemplo as vacinas que utilizam ovos de galinha para sua fabricação e que podem conter resíduos da proteína do ovo na vacina”, detalha. Além disso, Elaine salienta que as vacinas carregam componentes chamados de preservativos, que mantém a validade da vacina; adjuvantes para potencializar os efeitos e também um estabilizante que une todos esses componentes em uma solução homogênea. “Qualquer uma dessas coisas, e não o agente microbiano em si, pode causar reações alérgicas”, disse.
Outra reação alérgica são as vacinas que usam a proteína do leite de vaca na composição e que pode causar reações aos intolerantes à proteína do leite. Para ela, quando se tem um quadro de alergia, é muito importante ler a bula.
VACINA CONTRA O CORONAVÍRUS
A médica informou, por meio de outra pesquisa recente, que reações alérgicas graves são extremamente raras nas vacinas aprovadas contra a covid-19. Até o momento, segundo a pesquisa, foram constatados menos de 2% desses casos com a vacina Pfizer-BioNTech, e três casos de anafilaxia com a vacina Moderna, com nenhum caso comprovado de fatalidade.
“Importante ressaltar que as vacinas que temos no momento no Brasil, AstraZeneca e CoronaVac, não tem casos registrados de anafilaxia”, ressalta.
Orientações do CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos, a agência reguladora das vacinas equivalente à Anvisa, alerta para que pessoas que apresentem reações alérgicas, mesmo leves, a quaisquer componentes da vacina m-RNA (Pfizer e Moderna), não recebam nenhuma dessas doses. As reações alérgicas graves imediatas ao uso de outras vacinas ou terapias parenterais devem ser avaliadas cada caso isolado.
A palestra foi acompanhada por alunos inscritos, por meio da plataforma on-line Zoom, além da transmissão simultânea nas mídias sociais. A íntegra pode ser revista no canal oficial da Escola do Legislativo no YouTube.