No quesito Educação, Piracicaba já é a primeira do Brasil: vamos valorizar o nosso currículo

O propósito desse artigo é gerar reflexões acerca do que seria a qualidade da educação municipal, oferecida ao longo dos últimos anos.
A partir da afirmação de Paulo Freire, buscaremos uma análise interpretativa dos dados utilizados pela própria Secretaria Municipal de Educação, que buscou incansavelmente pelas mãos dos seus profissionais, ofertar o que há de melhor e mais atualizado quando se trata de abordagens e práticas pedagógicas.
Para tanto, recapitulemos: Piracicaba superou Maringá – que se mantinha no posto há um certo tempo – no ranking de desempenho em educação escolar, alcançando em 2020 o 1º lugar do IDGM (Índice de Desafios da Gestão Municipal).
Tal índice se constitui numa base que abarca 15 indicadores nas áreas de educação, saúde, segurança e saneamento e sustentabilidade.
Como consequência de um trabalho sério e dedicado, Piracicaba obteve os melhores resultados dentre os 100 maiores municípios do país. De acordo com dados oferecidos pela MACROPLAN, Piracicaba vem, no decorrer de uma década, alcançando 9 posições entre as áreas analisadas, em especial no que tange a educação; que obteve o 1º lugar sendo a cidade com o melhor índice pelo 3º ano seguido.
Para alcançar esse espaço, são analisados alguns fatores, tais como investimento na educação básica, através da construção de escolas e creches, além da contratação de profissionais.
É fundamental, inicialmente, deixar claro que a contratação desses profissionais perpassa por aquilo que entendemos como já sendo de qualidade: mesmo para contratação de temporários, carece de uma seleção seguindo os critérios de concurso público.
Logo, pensamos que para a manutenção da qualidade, faz-se necessário o investimento no aperfeiçoamento profissional – e quanto a isso, a Secretaria Municipal de Educação, direcionou o seu trabalho de formação naquilo que é atualmente reconhecido mundialmente como o melhor, fazendo uso dos estudos com base em pesquisas e metodologias de ponta.
Assim sendo, a qualidade da educação em Piracicaba começa também a despontar no meio acadêmico, por vir na última década, rompendo com concepções assistencialistas e defendendo os direitos das crianças – e principalmente o de serem crianças – por meio das intencionalidades educativas e elaboração de um Currículo Municipal, fazendo valer os direitos social e humano das crianças, e possibilitar que essas vivam plenamente as suas infâncias.
Com o nascimento do Currículo Municipal, foi efetivada a garantia das práticas planejadas que considerassem a integralidade e indivisibilidade de todas as dimensões da aprendizagem: expressivo-motora, afetiva, cognitiva, ética, estética, linguística e sociocultural das crianças; sendo a criança capaz de participar desse processo e principalmente, “ser crítica” com relação ao mundo – e nesse ponto, nos voltamos àquilo que apregoou Paulo Freire, quando bem denunciou a “educação bancária”, em que a criança/aluno é um cofre vazio, que o professor deposita letras, números e fórmulas, sem conexão alg uma com a realidade, até o “enriquecimento” do aluno.
A própria produção do Currículo Municipal foi um exercício da democracia na rede Municipal de Educação, pautado numa educação libertadora, para que todas as crianças aprendessem a questionar a realidade por meio da educação ativa e problematizadora – em que tal abordagem vai muito além de se plantar um feijão no algodão; é dialógica, leva professores e crianças à investigação de teorias, com muito diálogo e escuta.
Já num movimento contrário, a “educação bancária” não busca despertar a consciência, meramente reprodutora é, ainda nas palavras de Freire, “puro treino, é pura transferência de conteúdo, é quase adestramento, é puro exercício de adaptação ao mundo”.
E convenhamos, caro leitor, essa prática remonta a algo tão tradicional, caracterizado pela repetição e memorização mecânica e sem criticidade, herdada ainda dos primeiros educadores do Brasil – os jesuítas.
À guisa de conclusão, Piracicaba – que já possui o título de 1ª em educação no país – dentre tantos atributos de qualidade, justifica mais uma vez tal posição porque abriu espaço em suas escolas para que acontecessem ações pedagógicas de conscientização e que rompiam com o aprisionamento do corpo e da reprodução da “pedagogia da resposta”, oferecendo possibilidades para a produção da “pedagogia da pergunta” – a de fato problematizadora e libertadora. Valorizemos, portanto, aquilo que já conquistamos!

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(Assinam Movimento Educação Forte, Por uma Educação de qualidade e Somos + Educação; Somos + Piracicaba)

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