Bebel: “Estado tem como resolver falta de computadores para alunos”

A deputada Bebel diz que as escolas tem o mesmo modelo que Dom João VI implantou, com lousa, giz e apagador, e que é preciso modernizar – Crédito: Divulgação

Para a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a deputada estadual, Professora Bebel (PT), o Estado falhou ao deixar de investir e modernizar a educação, mas que tem como resolver o problema dos alunos que não tem computadores para acompanharem as aulas online. Para ela, “estamos hoje com o modelo de escola que Dom João 6º implantou: lousa, giz e apagador. Veio a pandemia e ficou claro que estamos na quarta revolução industrial, em plena digitalização, e os jovens convivendo com celulares e tecnologia, mas nas escolas não”, afirmou a sindicalista.

Diante desta realidade, Bebel afirma que a pandemia deixou claro o quão desigual é a educação no Estado de São Paulo. “Enquanto alguns têm três refeições, outros têm uma. O Estado conseguiu enxugar os custos nessa pandemia e tem dinheiro para fazer convênio com universidades e pegar computadores emprestados para alunos de baixa renda”, afirmou ela em entrevista à BBC News Brasil em São Paulo, nesta semana.

Levantamento feito pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e o Dieese, a pedido da Apeoesp, identificou que 82% das escolas não têm mais de 2 banheiros e não possuem bebedouros. Dessa maneira, os alunos bebem água no bico das torneiras e pias. “Isso está em descompasso com o ambiente seguro que o secretário da Educação relatou nas escolas. Não tem sentido voltar às aulas como estão as coisas. Haverá perdas para a criança e para o professor, mas nada que você não consiga resolver num pós pandemia. Estão morrendo pessoas de 30 anos, mas os professores só serão vacinados acima dos 47. Vamos bater o pé para que a vacinação seja para todos”, disse Bebel.

É em função disso que a Apeoesp defende a manutenção da greve da categoria sob o argumento de que as escolas não estão preparadas para o retorno do ensino presencial. Levantamento da subsede da Apeoesp em Piracicaba também revela a baixa frequência de alunos em sala de aula, ficando bem abaixo dos 35% estabelecidos pelo governo estadual, mostrando que os pais estão tendo consciência dos riscos do retorno das aulas neste momento face à pandemia do coronavírus e não enviando seus filhos às escolas. A realidade na maior parte das escolas, conforme professores que não querem ser identificados, é de que os alunos que têm frequentado as aulas presenciais é em função da merenda ou por não ter ferramentas para acompanhar as aulas online de suas casas.

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