Homofobia (IX) – Samuel ou Livvy?

Estudos avançados em Psicanálise indicam dois momentos em que a função paterna é crucial para nortear a sexualidade de uma pessoa: no seu primeiro ano de vida e no final da adolescência, quando a identidade sexual legitima a entrada na fase adulta. A definição da sexualidade (não importa a orientação) é o passaporte ao mundo adulto.

Em 2012 entrou no ar uma notícia sobre um menino de dez anos de Worcester, Inglaterra, que estava sendo educado por seus pais como menina. Samuel passou a ser chamado Livvy, por se vestir e agir como menina, com o consentimento dos pais para assumir uma identidade feminina.

Até antes das férias ele se vestia como menino, mas em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, já estava de saia, revelou: “Na volta às aulas (…) estava muito feliz por não ter que fingir mais”. Os pais não apenas concordaram como o apoiaram.

Sabemos que a sexualidade humana sofre diversas variações até a definição de sua identidade. Quem garante que esse não foi um episódio passageiro, uma curiosidade própria e não uma definição amadurecida ao longo do percurso da adolescência? A decisão dos pais pode estar acertada, mas também pode ter causado sérios problemas ao filho.

Quando falei sobre excessos em edições passadas me referia a atitudes como essa, no extremo do politicamente correto. Não soa plausível.

 

Fonte:http://revistacrescer.globo.com

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“O intelecto nunca descansa até conseguir audiência”. (Sigmund Freud)

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Nessa era pós-moderna a depressão, ansiedade e outros males da psique estão em evidência. No entanto um fato traumático qualquer (violência infantil, por exemplo) pode alavancar um sujeito para a vida e deprimir outro. Isso tem explicação? Há pessoas mais propensas a doenças de base emocional? As mais fragilizadas e confusas mentalmente podem se tornar saudáveis e convictas?

Arnaldo.

 

O meio contribui muito para que o mal avance ou não na vida de uma pessoa. A pergunta é: porque dois irmãos, por exemplo, convivendo no mesmo meio reagem assim tão opostamente?

Um dos precursores nos estudos sobre as diferenças individuais no ser humano foi o psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus (1850 – 1909). Pioneiro no estudo da memória, ele verificou que as diferenças individuais que nos marcam com nossa singularidade e subjetividade eram fatores fortemente decisivos para que as reações fossem tão diversas em pessoas que viviam experiências parecidas no mesmo contexto sócio histórico.

Isso por si já traz alguma luz sobre as diferentes propensões a doenças de fundo emocional, mas não se pode acreditar que seja suficiente para sua compreensão total. Encontrar soluções que retirem o sujeito dessa situação é sempre possível desde que o mesmo deseje. Quando falo de desejar não é um simples querer. É sempre algo de outro lugar, de sua vida inconsciente que o fará apostar todas as fichas em um tratamento.

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