Homofobia (VIII) – Orgulhos em Confronto

Espero ter deixado claro, nessas oito edições sobre homofobia, que minha crítica é dirigida aos excessos, seja de quais lados forem. Nos anos 80, quando a AIDS ainda era desconhecida e o preconceito muito maior do que hoje, tive o privilégio de ter conhecido um homossexual que viria a ser meu melhor amigo até hoje, mesmo tendo ele já falecido. Ser amigo de um homossexual naquela época bastava para colocar sua hombridade sob suspeição, mas a amizade construída foi especial.

A luta contra a homofobia é acima de tudo uma luta contra o preconceito e a favor do respeito às diferenças. Se isso acontecesse não seriam necessárias as paradas ou protestos. A Rebelião de Stonewallem Nova Iorqueem 28/06/69 marcou a data como o Dia Mundial do Orgulho Gay.

Em contraponto, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em 2011 o PL 284/2005 do vereador Carlos Apolinário (DEM), instituindo o Dia do Orgulho Heterossexual, a ser celebrado todo terceiro domingo de dezembro.

Eu, pessoal e profissionalmente, não vejo tal necessidade, no entanto é uma reivindicação plenamente de acordo com a Carta Magna de nosso país. Apesar de concordar com muitos pontos do artigo “O Dia do Medo Macho” da jornalista Eliane Brumm ele peca ao criticar a pessoa do vereador e não suas ideias.

Dedico esse artigo ao Beto, amigo citado,in memorian.

 

Fontes: G1, Revista Época.

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“Em última análise, precisamos amar para não adoecer”. (Sigmund Freud)

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Terminamos há três mesespor causa dos amigos dele, mas a gente ainda fica e amanhã é seu aniversário. Dei um presente caro a ele e estava combinando com os amigos fazer uma festa surpresa quando me disseram que ontem ele ficou com uma menina. Soube que esses amigos até falam mal de mimpor trás, mas o ex não sabe. Ele diz que ainda gosta de mim, mas não se decide, fica com raiva se eu fico com alguém, mas ele pode? Não consigo esquecê-lo e minhas esperanças terminaram com essa de ontem. E a cada dia desses três meses eu gosto mais dele. Não sei mais o que faço.

 

É indiscutível as diferentes expectativas suas e dele. O ciúme que surge quando você fica com outro pode denotar posse, insegurança, domínio, menos amor.

Há o amor que liberta e o que aprisiona. Da forma como descreveu aceitou o cativeiro emocional que ele lhe impôs, com liberdade total a ele e zero a você.

Mas sua responsabilidade nisso é grande, pois mesmo contrariada aceita tais desaforos (etimologicamente ‘fora de lugar’). A interferência dos amigos pode inclusive fundamentar racionalmente sua queixa, mas cabe a vocês dois decidirem o rumo de suas vidas. Mesmo sabendo detalhes dos amigos resolve em conjunto preparar uma festa surpresa? Compra um presente caro sem ser namorada dele? Assim fazendo não age como ex-namorada. Se responsabilizar mais por seu desejo e culpar menos os amigos parece o começo.

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