Luiz Carlos Motta
Esta semana é marcada pelo feriado nacional de 21 de abril, dia da morte de Tiradentes, ocorrida há 229 anos. Pela primeira vez na história do Brasil, a data não comporta cerimônias convencionais para evitar aglomerações devido à pandemia. É, por outro lado, uma oportunidade para refletir sobre o passado, o presente e o futuro do Brasil.
Convido você a rever, rapidamente essa parte da história. O portal Brasil Escola, conta que Joaquim José da Silva Xavier, era de uma família humilde. Nasceu em Minas Gerais, em novembro de 1746. Com a morte prematura dos pais, ele aprendeu logo cedo a profissão de dentista amador, o que lhe rendeu o apelido de “Tiradentes”. Em plena época de Brasil colônia de Portugal, Tiradentes era um republicano convicto e adepto dos ideais do Iluminismo, corrente de pensamento moderno para a época, que inspirou movimentos de independência de vários países, inclusive os Estados Unidos.
DELAÇÃO — O portal explica que além de propagar ideias iluministas, Tiradentes fazia parte de um grupo que se revoltara contra a exagerada cobrança de impostos da Coroa Portuguesa, sobre a extração do ouro em Minas Gerais. Isso para financiar a reconstrução de Lisboa, atingida por um terremoto. Após a delação de Joaquim Silvério dos Reis, que optou por denunciar o movimento para se livrar das dívidas pessoais que havia adquirido com a Coroa Portuguesa, Tiradentes foi o único do grupo a receber a pena de morte.
Alguns historiadores, em obras que estão no acervo do Museu Paulista, atribuem esse fato a duas possibilidades: a sentença de morte só atingiu Tiradentes por ele não pertencer à elite mineradora, sem trafego de influência na Coroa e a segunda, é a de, que por falar abertamente do seu envolvimento na conspiração, Tiradentes foi considerado um elemento perigoso pelo governo português e, por isso, deveria ser morto, enquanto os demais exilados.
Assim, Tiradentes foi usado como bode expiatório. Foi enforcado na manhã de 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro. E seu corpo esquartejado e espalhado pela estrada de Ouro Preto. Sua morte foi usada como demonstração de força de Portugal para evitar futuras rebeliões.
LIÇÕES — A história de Tiradentes é repleta de situações que até hoje ocorrem no Brasil. Senão veja: aumento exagerado de impostos, revoltas, denúncias, delações com interesses e benefícios, tráfego de influências, condenações, questionamento de decisões da justiça, bode expiatório e demonstrações de força.
O País precisa aprender com a sua própria história. Vivemos outros tempos, mas com alguns comportamentos que se repetem e que prejudicam a população, principalmente a grande massa de trabalhadores e com maior força a de desempregados.
Que os ideais republicanos de Tiradentes, não caiam no esquecimento e sejam a chama para acelerar as urgências que o Brasil clama hoje como um País soberano e independente, um País que precisa urgentemente adotar políticas públicas que gerem emprego e renda e garantam saúde, educação e dignidade para sua população. Assim, no futuro, ao olharmos para 2021, quem sabe poderemos nos orgulhar de um Brasil justo e igualitário.
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Luiz Carlos Motta, deputado federal (PL/SP)