Ódio em meio à crise

Francys Almeida

 

Vivemos tempos difíceis, muitas pessoas tem mostrado suas faces nesses momentos. Aliás, diz o adágio popular: “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. São em momentos como esse que vemos o quanto é importante fazer a diferença para quem mais precisa.

Enquanto uns combatem a fome e injustiças, outros combatem quem combate a fome e injustiças, com mais injustiça. É um reflexo do que as escrituras já nos apontam há séculos:

“O coração em paz dá vida ao corpo,mas a inveja apodrece os ossos.” (Provérbios 14:30) .

“Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males.” (Tiago 3:16).

“O rancor é cruel e a fúria é destruidora, mas quem consegue suportar a inveja?” (Provérbios 27:4)

Como explicar a dor de quem não faz absolutamente nada e tenta desfazer de quem faz? Claro que é algo instintivo, que move através do ódio nos corações. Se o amor já foi outrora o mal do século, vivemos a era do ódio, só basta ver que as frases do momento giram em torno do “cancelamento” nas redes sociais. Ao se projetar no lugar do outro, é criado um sentimento de frustração e rancor, pois, por mais que se tente, nunca seremos o que o outro é, cada um com suas virtudes e defeitos, mas, ao que parece, é moda apresentar ignorância e defeito, quer seja em frases ou em postagens. Alimenta-se a serpente que gera os “basiliscos” e, como dizia outrora Bertoldt Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio”.

É notório e publico que muitos acham mais fácil destruir o que o outro fez, ao invés de construir algo, o que não é só incapacidade, é também uma forma de se projetar no que o outro é. Porém, vemos ao longo da história que essas ações não conseguem êxito, o que somos não pode essencialmente ser alterado, muito menos transferido, ainda menos furtado, quer seja por injúrias ou ações.

O salmista resume: “Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos.Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.” (Salmos 73:2,3).

Ao se projetar no que os outros eram, quase perdeu seu norte, o sentido de sua vida, mas o tempo e a experiência se encarregam de mostrar o que ocorre:  “Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” (Salmos 73:18,19).

As consequências de se projetar no outro e de maneira ímpia tentar lhe atingir são desoladoras e seus frutos se esvaem; enquanto isso, confiemos Em Deus, pois Ele é que nos faz prosperar, até nas maiores crises. Confie em Deus e tenha certeza que o ódio será esmiuçado pelo amor.

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, vice-presidente do PCdoB em Piracicaba

 

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