Ane Caroline Nabas
Na vida acadêmica somos incentivados pelos mestres a focarmos nos estudos e assim podermos oferecer o melhor enquanto profissionais, somos preparados para lidar em diversas situações e empenhados a competir num mundo onde só tem espaço para o melhor profissional.
Juramos lutar e defender o direito dos seres humanos com ética…
Infelizmente, só com a maturidade aprendemos que, com o tempo, o romance se vai e que certo ou errado depende da interpretação de cada um, da teoria à prática existe uma lacuna complexa em paradoxos de políticas públicas, gestão política, convênios financeiros, conveniências, legislações, interesses políticos individuais e coletivos, olhares divergentes, entre outros tantos fatores que contribuem de diferentes formas no contexto social, seja este em qualquer área de atuação.
Mas, na assistência social, um setor que tem ganhado cada vez mais atenção, e sendo responsabilizado pelos grandes problemas sociais existentes, atribuindo junto a este, as consequências de uma infinidade de heranças mal administradas de governos e governanças, e neste a margem e mais importante, porém menos considerado, a vida do ser humano!
Assim como em todos os setores públicos, o dinheiro é que conta a quantidade de atendimentos, a manutenção de serviços e programas, não se questiona qualidade, muito menos direitos.
Estamos todos de mãos atadas, pela ética, pelo medo da exposição, pela contraditoriedade de sua própria palavra e nesse cenário em que tudo é culpa da pandemia, o que vale são custeios, diferentemente de números e demonstração de resultados.
Estamos vivenciando a pandemia e aceitando que esta seja usada como justificativa para a desconstrução, desassistência e permitindo que sejamos mal interpretados, mal assessorados e continuamente alienados a partir de olhares subjugados de interesses alusivos à proposição daquilo que se sabe: ser o ideal e necessário para o suprimento das necessidades mais básicas, humanas e fidedignas capazes de manter a ordem e o equilíbrio em tempos de insegurança e incertezas.
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Ane Caroline Nabas, Assistente Social, Especialista em Saúde Mental, Coordenadora Técnica da Associação Presbiteriana de Filantropia Piracicaba (APFP)