Guerra política

Francys Almeida

 

O agravamento da crise em Piracicaba colapsou a saúde da cidade, pessoas que precisam de medicamentos de alto custo não têm acesso e passam enormes dificuldades, enquanto uns sofrem ao lado da população, outros apenas aproveitam politicamente para aumentar sua agenda de ódio. O momento não é para guerra política, temos vidas parecendo.

Nunca vi tantas pessoas passando fome, se outrora éramos a sexta economia mundial, exemplo a ser seguido no combate à fome, nos tornamos um covidário, com surgimento de cepas em diferentes locais. Há anos, não via tantas pessoas com cartazes pedindo alimentos nos semáforos, e a boa notícia é que 20 brasileiros entraram na lista dos mais ricos do mundo. Mas essa notícia é boa para quem?

Uma riqueza banhada ao sangue de quase 350 mil brasileiros, que, seguindo essa projeção, será em breve de meio milhão, nada mal para uma gripezinha.

Pergunto: o que seria de nós sem a Coronavac? Não precisa ser simpatizante do governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), para reconhecer, que, apesar de seu anseio político, fez o papel que qualquer governante sério deve fazer: buscar alternativas para seu povo, as soluções.

Estamos em uma queda interminável, aproximando da marca de 5 mil mortos por dia, e que Deus tenha misericórdia. Vemos aqueles que antes humilhavam médicos, coagia profissionais da saúde, hoje estão sendo bem tratados por esses que outrora achincalhou! Isso é verdadeiramente misericórdia: não pagar na mesma moeda originária do ódio, defender a vida e recuperação de todos.

Nem todos os brasileiros têm acesso à tecnologia que permite um tratamento mais avançado, algo em torno de 30 mil por dia. A população, de uma maneira geral, foi largada à própria sorte, uns por má gestão, outros por absoluta ignorância. Basta andar pela cidade, em menos de uma hora contam-se dezenas de pessoas sem máscaras. Lamentável.

A população cansou da Covid-19, mas ela não acalmou sua sede de matar, ainda mais em ambiente tão favorável: loucos, ignorantes, negacionistas e perversos. A mistura ideal para aumentar ainda mais o número de vidas perdidas.

O sábio Salomão já dizia: “Quando o justo governa o povo se alegra, mas, quando os perversos dominam, o povo geme”.

Como poderíamos imaginar que alguém especialista em matar seria tão competente, em meio a uma pandemia: vivemos um hecatombe, mas nada tão ruim que não consigam piorar!

Os perversos, infeliz e lamentavelmente, estão no poder!

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, vice-presidente do PCdoB em Piracicaba

 

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