Madalena… Madalena… Madalena, sim, senhor 

Walter Naime

 

A simpatia e os serviços sociais defendidos por Madalena à sociedade são o seu talento. Madalena, bem por isso, é uma vencedora pelos reconhecíveis méritos, quando demonstrando capacidade ao que se propôs realizar, sempre com os seus “trejeitos” doou o seu coração aos que a rodeiam, distribuindo alegria e calor humano.

Madalena se tornou vereadora para a Câmara de Piracicaba, e a cidade poderá ficar com a cara de Madalena, alegre e com muito calor humano.

Madalena tem deixado com o “plaque-plaque” do seu tamanco a marca do seu andar, transpassando as dificuldades da liberdade do ir e vir, dos abre alas, no carnaval da vida.

Nas suas mãos, os calos de quem esfregou chãos, de quem lavou roupas, de quem arrumou cozinha, de quem curou feridas, de quem acariciou entes queridos. No estômago, às vezes vazio por falta de alimentação, roncaram com fome de justiça. Nas costas, o peso das humilhações de uma sociedade que ainda vem se aprimorando. Nos ombros, as cargas do preconceito que se impunha. Nos olhos, as lágrimas de quem enxergou injustiça. Nos ouvidos, as palavras que feriram a sua dignidade. No nariz, as lembranças dos lugares fétidos que teve que limpar nas repúblicas de estudantes. Na boca, a palavra amiga e o conforto de canções de ninar que se pronunciaram com a doçura do mel. Na garganta, as gargalhadas maliciosas, que mexeram com os “garotões namoradores”. No peito, a grandeza de um coração que sobrepujou a dor e transmitiu com a alegria de quem venceu a tristeza.

A Madalena, vestindo-se com cores bem fortes, de saias baianas arredondadas, com a marca na cintura, acentuando o seu gosto feminino, adornada por um turbante na cabeça compondo um quadro chamativo além de uma bolsa tiracolo, completando a sua figura folclórica, e quando levando a provocação e questionamento cada pedacinho do seu ser é emoldurado pela sociedade piracicabana, na maneira de viver de sua gente nessa modernidade.

 

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Em outros tempos, um rei já com idade avançada tinha um filho herdeiro, que tentava se casar, pois, como príncipe, seria o novo rei. As pretendentes eram inúmeras. Porém, não se encantou por qualquer delas, até que um dia a cavalgar com seus pares pela cidade vislumbrou uma jovem mal vestida que varria as ruas. Conheceram-se e o príncipe demonstrou interesse pela mesma. Seus conselheiros lhe mostraram as dificuldades que se apresentavam para ela se tornar princesa. O príncipe propôs que a levassem para o palácio, onde se submeteria a alguns ensinamentos quanto a maneiras, vestimentas, escolaridade, cuidados, falas e comportamentos. Após algum tempo, a jovem estava pronta e se casaram. Festividades mil foram feitas. No decorrer dos anos, o príncipe notava que tudo ia bem, mas, ao se recolher, sua amada sempre estava ressentida e chorando. O príncipe no seu esforço e paciência certo dia conseguiu fazê-la confessar o que acontecia para estar naquele estado de tristeza, e a princesa acabou declarou dizendo: Sabe…, mesmo pedindo encarecidamente aos serviçais do palácio eles nunca me deixaram varrer o salão do palácio.

Madalena sabe varrer, sabe lavar, sabe cozinhar, sabe encerar, sabe cantar, sabe amar e sabe sonhar e poderá propor uma nova forma de condução das coisas, mas se isso não for possível, com certeza ela saberá aumentar a alegria e amor ao próximo à Câmara de Piracicaba. Felicidades, Madalena.

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Walter Naime, arquiteto, urbanista, empresário

 

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