Antonio Lara
Quando o mundo tomou conhecimento da Covid-19, os chefes de Estados, e em todo o mundo, deveriam ter comunicado as suas populações que nos encontrávamos às vésperas de assistirmos as tomadas de decisões aparentemente insuportáveis. E por que aparentemente? Porque restringir a liberdade das pessoas, sendo este um dos principais direitos assegurados aos cidadãos e defender a suas próprias vidas, este se sobrepõe a qualquer outro direito, ao tempo em que deveria ter se transformado num dever, seja dos governantes, seja dos governados.
Neste particular, os principais centros científicos do mundo prontamente passaram a anunciar a gravidade da Covid-19, sobre tudo, por tratar-se de uma doença derivada de um vírus cujo histórico à própria ciência não dispunha dos conhecimentos necessários para enfrentá-lo.
Lamentavelmente, alguns chefes de Estados, minimizaram a gravidade da Covi-19, e são justamente esses estão assistindo as mortes dos seus cidadãos, numa frequência e em quantidade apavorantes. Neste particular, o nosso país encontra-se inserido na mais incômoda condição, posto que, nos tornamos no epicentro mundial da Covid-19, tanto em numero de contaminados quanto de mortes. Na ultima quarta-feira foram contabilizados a morte de 295.425 brasileiros e o estabelecimento de novos recordes, em numero mortes de novos infectados, dia após dia.
Estamos a enfrentar uma tragédia amplamente anunciada. Ainda assim, interrompê-la, tornou se urgente e necessária. Do contrario, previsões ainda mais catastróficas e já anunciadas pelos principais centros científicos irão se confirmar, já nos aproximamos daquela que previa a morte diária de 3.000 brasileiros.
Que a morte do senador Sérgio Olimpio, não que a sua vida fosse mais importante que os milhares que já foram a óbito, mas que ela venha se prestar como exemplo da má condução da Covid-19 em nosso país, posto que, no quanto pode, ele criticou a falta de um protocolo nacional à orientar e conscientizar a nossa população, ou seja, como deveríamos proceder para evitar a sua contaminação. Pena que a vacina que tanto anunciava e esperava, não chegou a tempo de salvar a sua própria vida.
Nada mais preocupante que assistirmos, nas vozes dos governantes dos mais importantes e populosos Estados da nossa federação, que seus sistemas de saúde já colapsaram ou estão prestes a colapsar. De outro lado, a escassez de vacinas nos condicionará a conviver com a pandemia por um bom tempo.
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Antonio Lara, articulista; [email protected]