Homofobia (II)– Caracterização

A cultura atribui valor moral ao mundo em nosso cotidiano. Para o exercício da Psicologia cabe ao profissional esvaziar-se de suas próprias crenças e valores sob pena de comprometer sua análise.

Como consequência da 15ª edição da maior Parada Gay do mundo (26/06/11), com aproximadamente 3,5 milhões de pessoas, o tema homofobia ganhou destaque na mídia. Mas caracterizar a homofobia ainda se mantém uma questão confusa e cheia de pré-conceitos, alguns ao seu avesso. “Homofobia seria o comportamento hostil, violento, aversivo ante uma pessoa de orientação diversa da heterossexualidade” afirma a advogada Dra. Adriana Nepomucena. Mas como se caracteriza tal hostilidade? A partir de que critérios a homofobia se configura?

Segundo ela, “para ser considerado crime, é preciso ter uma norma que assegure o fato penal. E para tanto, a hostilidade deve recair na violência, tanto verbal quanto física, ou seja, o assunto é mais complexo do que simplesmente se declarar contra a homossexualidade”.

Observando a confusão sobre o conceito de homofobia, escrevi em meu Facebook: ‘Usar uma camiseta com os dizeres Orgulho hetero é homofobia? Porque pode Orgulho Gay e não Orgulho hetero?’ Imediatamente isso foi classificando como homofobia sem sê-lo. A liberdade de expressão com responsabilidade deve ser garantida a qualquer cidadão.

 

Fonte:http://adriananepomucena.blogspot.com

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“Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade.” (Sigmund Freud)

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Minha família é espírita, obtive cura física pela religião aos 13 anos. Aos 10 anos meu pai faleceu e deixou um vazio educacional que não sei se a vida preencheu. Tive amigos ateus, decididos e minha espiritualidade está questionada. Achava (ou ainda acho) que tudo é psicológico. Agora uma espiritualidade despertou em mim, e meu juízo crítico não me permite usufruir dessa espiritualidade mais pura, embora seja minha vontade. Não sei se meu ateísmo me impede ser religioso, ou se a religiosidade me impede ser um verdadeiro ateu.

Antonio, 21

 

Perder o pai aos 10 anos parece ter determinado muita coisa. Veja que adota valores de seus amigos ateus, decididos, como modelos substitutivos dessa perda. Sua espiritualidade passa a ser questionada por esse modelo sem a figura do pai com espiritualidade. O surgimento de uma crise seria uma questão de tempo.

Ateu ou espiritual? Ter fé ou ter razão? Em meio a essas incertezas atribui valor psicológico a tudo, sendo isso um equívoco. A razão é necessária, assim como a fé tem seu espaço e vez. Urge discernir onde esteja ocorrendo a confusão para adotar medidas.

Fica-me a impressão de que o espelho que seus amigos lhe fizeram foi importante para desenvolver sua personalidade no que diz respeito às coisas práticas, mas considerar outros aspectos de sua vida familiar e história pessoal e espiritual não pode ser ignorado.

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