Alvaro Vargas
A nossa evolução espiritual necessita das reencarnações no mundo material, nas quais acumulamos experiências que ficam guardadas em nosso espírito por toda a eternidade. Desta forma, pelas escolhas que fizemos nas existências passadas, nos tornamos herdeiros de nós mesmos, com hábitos e tendências que foram adquiridos durante esse aprendizado e que regem o nosso comportamento. Deus nos concedeu o livre arbítrio, mas a nossa bagagem pretérita tem grande influência em nossas decisões. Isso é devido aos reflexos adquiridos ou condicionados, que são as nossas conquistas no curso das existências, pelas repetições (Mecanismos da Mediunidade, André Luiz, Chico Xavier e Waldo Vieira). Embora possa existir uma preparação no mundo espiritual para enfrentar as experiências aqui na Terra, a maioria da humanidade se equivoca ao priorizar apenas a evolução intelectual em detrimento do aspecto moral. Como consequência, a ação dos espíritos obsessores se tornou uma epidemia no mundo.
O nosso planeta está caracterizado como um mundo de expiações e provas no qual predomina a maldade. Devido ao descaso da maior parcela dos encarnados quanto aos valores morais, o intercâmbio mediúnico, consciente ou não, ocorre de forma doentia, com sérias consequências para toda a população humana. Os nossos pensamentos e ações convidam para a nossa companhia, espíritos afins, que vibram na mesma faixa moral. Mesmo que os nossos guias espirituais façam o possível para nos influenciar, de modo a evitar o nosso fracasso na experiência no plano físico, eles respeitam o nosso livre arbítrio, expressos em nossa forma de pensar e agir. Essa limitação em “ouvirmos” os bons espíritos, é devido a “Lei do Campo Mental”, que rege a moradia energética do espírito, na qual a criatura consciente apenas assimilará as influências a que se afeiçoe onde estiver no Universo (André Luiz, in Op. cit.). Na obra “Nosso Lar” (Chico Xavier), esse espírito menciona que durante o tempo que permaneceu no Umbral, não conseguia ver nem escutar os apelos de sua mãe, que procurava consolá-lo. Apenas quando se libertou das influências do mundo material e elevou o seu padrão vibratório, conseguiu ver os benfeitores espirituais e ser atendido.
Portanto, se desejamos a presença dos bons espíritos ao nosso lado, é imprescindível uma vida moral elevada. O desenvolvimento da autocrítica, corrigindo a forma de pensar e agir, pautando a conduta nos postulados do Cristo, é o antidoto eficaz contra o processo obsessivo. Esses espíritos atrasados que se comprazem no mal, aguardam uma oportunidade de nos influenciar nos vícios e conduta moral equivocada. Para aqueles desavisados, basta a esses obsessores, apenas uma sugestão mental menos digna, para que a sua vítima, devido aos reflexos condicionados (existentes, pela vida viciosa), passe a reagir com construções mentais doentias de sérias consequências psicológicas e físicas. Criamos em torno de nós um campo de vibrações mentais que nos identificam. Nossa mente irradia formas pensamentos que expressam a nossa verdadeira personalidade atraindo os espíritos que se sintonizam com a nossa forma de pensar.
A frequência ao centro espírita, assistindo palestras, além dos tratamentos da fluidoterapia e desobsessão são muito importantes para neutralizar a ação dos espíritos obsessores. Mas são medidas que apenas aliviam a influência obsessiva de forma provisória, pois a única maneira de erradicar permanentemente essa obsessão é através de nossa transformação moral. Ao descondicionar o psiquismo, eliminando os maus hábitos, removemos de nossa alma as imperfeições morais, que são os pontos de sintonia com as esferas espirituais inferiores. Esta é uma decisão pessoal, conseguida pela força de vontade e rígida disciplina, de modo a não se afastar da vivência cristã, mantendo um comportamento saudável com leituras edificantes (obras espíritas), conversas de cunho moral elevada, bons pensamentos e oração, associados ao exercício da caridade
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, PhD, presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita