Covid-19: com explosão de casos, greve contra a volta presencial das aulas é mantida

A Professora Bebel defende o retorno das aulas presenciais somente com a vacinação dos profissionais da educação e com o controle sanitário da pandemia – Crédito: Divulgação

Com a explosão de contágios de professores, funcionários, estudantes e gestores nas escolas estaduais, em assembleia promovida virtualmente pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), no sábado (27) à tarde, a categoria decidiu manter a greve contra a volta presencial na rede estadual de ensino. A presidenta da Apeoesp, deputada estadual  Professora Bebel (PT), diz que com o atual quadro da pandemia se alastrando nas escolas estaduais, com o registro de  1535 casos de infecção em 740 escolas até esta manhã de segunda-feira, 01 de março, sendo cinco em Piracicaba, e três na cidade de São Pedro, cidades pertencentes à Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba, professores decidiram que a manutenção e fortalecimento do movimento é fundamental no momento em que a posição intransigente e insensata do secretário estadual da Educação,  Rossieli Soares, em manter as escolas abertas, submetendo toda a comunidade escolar a risco, se torna a cada dia mais comprometida.

No calendário de atividades visando fortalecer o movimento nesta semana, os professores estabeleceram a realização de carreatas regionais na próxima quarta (03), em diversas partes do Estado, enquanto que na quinta (4) acontece nova caminhada da avenida Paulista, em São Paulo, até a Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, a partir das 10 horas, e na sexta (5) será realizada nova assembleia virtual, das 10 às 13 horas. “Vamos continuar visitando escolas, dialogando com professores, a comunidade escolar e os pais, mostrando os riscos da manutenção das aulas presenciais”, ressalta Bebel, que defende o retorno das aulas presenciais somente com a vacinação dos profissionais da educação e o controle sanitário da pandemia.

A presidenta da Apeoesp diz que enquanto o secretário Rossieli se recusa em apresentar à mídia os dados sobre a infecção nas escolas, sendo inclusive incapaz de desmentir as informações que a Apeoesp vem coletando de forma pública, permanente e consistente, “ocorre uma demonstração  clara e palpável da importância social do nosso movimento pode ser verificada em todas as escolas: a ausência de estudantes, como resultado do diálogo que realizamos com pais e mães e da presença dos nossos carros de som nos bairros, nas escolas, praças, avenidas, terminais de ônibus, estações de metrô, realizando um trabalho de utilidade pública, de preservação da vida ao apelar que não enviem os estudantes às escolas”, diz.

Na tentativa de tentar mostrar uma situação de normalidade nas escolas, a presidenta deputada Bebel diz que o secretário chega ao ponto de determinar a junção de turmas, aumentando possibilidades de propagação do vírus, além de que essa providência demonstra efetivamente descompromisso com a qualidade de ensino. “Como sempre, é tudo ‘para inglês ver’. Além disso, Rossieli continua a pressionar os professores de forma intolerável, na medida em que a Secretaria Estadual de Educação publica instrução que busca culpá-los pelo crescente número de casos de Covid-19 nas unidades”, destaca.

Bebel também diz que o argumento de que as crianças não são vítimas da Covid, infelizmente, cai definitivamente por terra. “Além das crianças assintomáticas (que podem levar o vírus para casa, infectando suas famílias, assim como trazê-lo para as escolas), agora as novas variantes do novo coronavírus se mostram letais também para as pessoas jovens e para as crianças. Um caso emblemático é da menina de 13 anos, estudante de escolas estadual na cidade de Campinas, que veio a óbito após frequentar as aulas presenciais na primeira semana. Infelizmente, há outros casos de mortes de crianças como o registrado em Piracicaba”, enfatiza.

A presidenta da Apeoesp diz que “defender a vida é nossa prioridade total. Nossa greve é diferente das anteriores. De certa forma, estamos representando todos os segmentos sociais que se contrapõem à necropolítica de Doria e Rossieli. Por isso, atuamos em todas as frentes: debatendo permanentemente com a nossa categoria para que se engaje na luta, recuse a presença nas escolas e organize o trabalho remoto com seus estudantes, mantendo registro de todas as atividades. Também têm sido feitos diálogos  com os pais e as mães para que mantenham seus filhos e filhas estudando em casa, sem se submeter aos ditames autoritários e negacionistas do secretário da Educação, compreendendo que não deve haver retorno às escolas sem vacinação e sem condições estruturais, equipamentos e de pessoal suficiente para garantia da segurança sanitária e proteção à vida”, conclui.

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