Barjas Negri
No início dos anos 1970 – 1980, o MDB e, posteriormente o PMDB, administraram a cidade de Piracicaba por um período de 16 anos, com os jovens prefeitos Adilson Maluf e João Herrmann Neto. Cada um a seu modo contribuiu para o avanço de políticas sociais no saneamento, educação, saúde, assistência social, esporte, lazer e cultura. Ambos adotaram políticas sociais-democratas, explícitas em seus programas de governo, em período de muitas mazelas decorrentes do processo antidemocrático pelo qual viveu o Brasil até 1985. Não restam dúvidas que as condiçõ es de vida da população piracicabana melhoraram bastante nesse período.
Assistimos também oito anos de administração de José Machado, do PT, que por sua formação política e acadêmica, também implementou e avançou em políticas sociais, agora com mais participação popular, características das orientações de seu partido e sob a égide de um ar democrático pelo qual passava o Brasil, após o fim do regime militar e autoritário. Com licença dos meus velhos conhecidos petistas, nesse período tivemos avanços sociais-democráticos em Piracicaba, como mostram vários indicadores da saúde e da educação.
Depois, tivemos mais dois mandatos, agora sociais-democráticos por formação e convicção, dos prefeitos Antônio Carlos de Mendes Thame e Humberto de Campos, ambos do PSDB, que contribuíram para expansão das redes de sa&uacu te;de pública e de educação infantil com mais destaque, seguido pelo início da municipalização do Ensino Fundamental. Além disso, ambos contribuíram muito para o desenvolvimento sustentável da cidade, com destaque para a coleta e tratamento do esgoto, protegendo os mananciais e a saúde da população, além de avanços em outras áreas sociais também importantes.
Após 2004, tivemos oportunidade de protagonizar um longo ciclo de administração municipal, com ênfase nos ideais sociais-democráticos, destacando investimentos públicos e privados na geração de emprego e renda, na qualificação profissional, que procurou dar oportunidade aos jovens de entrarem no mercado de trabalho. Tivemos o cuidado de expandir a rede de proteção social, caracterizada por unidades de saúde, escolas, creches, equipamentos esportivos, de lazer e culturais, que se espalham pelos bairros e regiões da cidade. Os indicadores sociais avançaram e Piracicaba é hoje reconhecida nacionalmente como 1º lugar em Gestão Pública, 1º lugar em Educação, 1º lugar em Saneamento Básico, quando se comparam os cem maiores municípios do Brasil, onde moram perto de 100 milhões de brasileiros. Tudo isso contou com a participação popular, com transparência e muito envolvimento das entidades representativas da cidade.
A partir de agora, esse ciclo social-democrático, em seu auge, dá lugar ao modo de administração neoliberal, onde o mercado e a parceria privada devem ganhar destaque e participação ao longo dos próximos anos. Devemos ficar atentos para que Piracicaba não retroceda nos seus bons indicadores socioambientais reconhecidos nacionalmente. A participação do setor privado na administração pública sempre foi e será importante. No entanto, os direitos sociais devem continuar sendo garantidos e o setor público não pode deixar de continuar dando atenção especial aos mais pobres e vulneráveis, que têm nas políticas sociais públicas sua grande proteção. Vamos conferir!
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Barjas Negri, prefeito de Piracicaba (2017/2020)