Psicologia do Trânsito (I)

Tenho nítidas lembranças, já no primeiro semestre de graduação, nos anos ‘80, de um professor que literalmente ‘garimpava’ alunos interessados em psicologia do trânsito. Aquilo nos parecia tão fora de contexto no curso, mal sabíamos que além da clínica havia outros campos de atuação para o psicólogo, como escola e empresa.

Como poderia a Psicologia atuar sobre o trânsito? Parecia muito estranho. Por isso mesmo o professor ReinierRozestraten (in memorian) incansável e amorosamente procurava por simpatizantes.

Holandês, chegou ao Brasil em 1950 e trabalhou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto por mais de 30 anos. Tornou-se referência no Brasil sobre o tema, lançou o livro “Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos” (1988)tendo sido conferencista de diversas detrans. Faleceu em 27/06/08.

Quase 30 anos depois a relevância do tema se faz clara. Urge que se discutam soluções. O comportamento do usuário de trânsito é, para Rozestraten, o objeto de estudo da Psicologia do Trânsito. Mas o comportamento humano não é tão simples de se mudar.

Mudanças eficazes ocorrem ainda na criança, a chamada prevenção primária, pelo fato de o comportamento estar sendo instalado durante a construção da personalidade. As prevenções secundárias e terciárias envolvem outros fatores, alguns já cristalizados no adulto.

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“Ora, essas coisas psicanalíticas só são compreensíveis se forem relativamente completas e detalhadas, exatamente como a própria análise só funciona se o paciente descer das abstrações substitutivas até os ínfimos detalhes. Disso resulta que a discrição é incompatível com uma boa exposição sobre a Psicanálise”.(Sigmund Freud)

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Tomei consciência que atraio homens mulherengos e com tendência ao alcoolismo e que de certa forma lembram atitudes que eu criticava em meu pai. São homens que não querem compromisso e não me dão valor.O que faço para superar esse ciclo vicioso que se instaurou?

Mary.

 

Foi Freud que apontou a tendência da mulher procurar um companheiro com características de seu pai, contrariamente ao homem, por questões da constituição do masculino e do feminino.

A superação do ‘ciclo vicioso’ (como o nomeou) vincula-se ao seu desejo, sempre de ordem inconsciente, só revelado em análise, e não pode ser confundido com o querer, da consciência. No entanto chama a atenção sua identificação com a figura paterna que se repete em seus envolvimentos.

Toda a criança tem nos pais as imagos do primeiro caso amoroso, de onde surge o desejo incestuoso e sua proibição, sendo essa a que nos possibilitará o encontro com o outro sexo numa fase madura da vida.

A grande maioria das pessoas (para não dizer todos) encontra-se alienada das forças que regem tal desejo. Não é possível se desalienar totalmente, porém um pouco que se revele muda muito a vida da pessoa.

Uma coisa é certa: a identificação paterna precisa ser rompida. Sem isso não haverá encantamento por um homem fora de seu pai.

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