À época da chacina de Realengo (2011) diversos sites e blogs deram visibilidade ao fato. Lembro-me ter encontrado pela internetespeculações sobre um suposto perfil do assassino no site Diário de SP sob o título “Perfil do Orkut revelaria traços do assassino de Realengo”.
Elementos de “um perfil fake” “membro de uma única comunidade (Entendendo a Bíblia Sagrada)” foram referências citadas sob as quais o site se guiou para entender o perfil do matador. Quem mexe com redes sociais sabe que informações pessoais podem ser facilmente manipuladas a fim de induzir a cálculos equivocados, ainda mais quando o autor premedita um crime.
No nível meramente especulativo prefiro me basear em sua própria carta que apresentava pureza/impureza, casto/fornicador num contexto de crenças religiosas. Mesmo assim não se pode afirmar muito a seu respeito, mas tais elementos religiosos apareceram com força no estudo das psicoses por Freud (O Caso Schreber), pois em sua formação delirante Schreber utiliza acentuado teor religioso.
Mesmo com tais semelhanças o conteúdo religioso não é exclusivo de psicose, nem parece ser esse o caso do matador. Ser uma pessoa isolada, pouco social não é critério para se definir uma patologia dessa envergadura. No entanto tais indícios seriam muito relevantes caso estivesse vivo e em tratamento profissional.
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“O homem enérgico e vencedor é aquele que pelo próprio esforço consegue transformar em realidade seus castelos no ar. Quando este resultado não é atingido este se desprende da realidade, recolhendo-se onde pode gozar, isto é, ao seu mundo de fantasia”. (Sigmund Freud)
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Com contas vencidas, dívidas e problemas de saúde. Penso em desistir da faculdade. Tudo isso prejudicou meus estudos. É um sonho, mas estou sem forças e tudo dá errado, estamos no “fundo do poço”. Somos uma família humilde, mas essa é a pior crise de todas. Estamos vivendo com a ajuda de outros, tenho vontade de chorar, não aguento mais! Tudo que tento dá errado, ninguém consegue emprego, e a revolta vai aumentando. Às vezes fico andando sem rumo até a hora da aula, devaneando, sem ver uma saída!
J., 18.
É nítido em sua queixa que problemas financeiros e físicos colocaram um sonho seu em xeque. Embora coloque como primeiro plano as dificuldades decorrentes do capital, sua vida emocional aparece como pano de fundo. Vale lembrar que outras pessoas enfrentam problemas semelhantes senão piores, e suportam as dificuldades sem se afetarem tanto.
Em hipótese alguma estou dizendo para se conformar. Mas que nossa vida é um complexo de coisas acontecendo e temos de desenvolver a habilidade de nos consumirmos menos com essas questões, focando em possíveis soluções.
Talvez o que esteja agora sendo visto como um sonho naufragando seja apenas uma pausa para ser retomado posteriormente.
Que metas estão definidas do momento? Como planeja atingi-las? Estão ao alcance de seus recursos? Há tantos sonhos que deixamos de realizar por estarmos aquém dos recursos necessários.
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