Eu votei nele

Antonio Lara

 

A poucos dias do pleito eleitoral, certamente boa parte dos eleitores já sabe em quem votarão. Aos que continuam indecisos, o tempo é propicio para se avaliar o perfil e propostas dos candidatos. Sim, ainda dá tempo. E nada de pensar em não votar, afinal de contas, o voto continua sendo o principal instrumento de consolidação e fortalecimento da democracia.

Ganha ênfase nestes dias, portanto, a recomendação da campanha institucional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que nos orienta a conhecer bem o candidato antes de votar. Uma coisa é fato: “Somos responsáveis pelos políticos que escolhemos”.

Diante de uma crise política que o país enfrenta, é inegável a rejeição aos atuais políticos. A sociedade aparente estar cansada de tanto escândalos de corrupção. Em época eleitoral, essa compreensão se acentua quando o eleitor constata como ocorre atualmente, que a campanha eleitoral distancia-se em muito da realidade.

A impressão que se tem é que nossos políticos em geral parecem ter se esquecido das pautas que constantemente a população insiste em reivindicar. Alguns temas só aparecem no debate em época eleitoral. Parece até clichê falar algo assim, mas esse é o pensamento de boa parte dos eleitores. Em consequência, todos acabam se sentindo cada vez mais desmotivados pelo processo eleitoral, contribuindo, assim, para um descrédito ainda maior na política de maneira geral.

Se o voto não fosse obrigatório, a abstenção certamente seria grande. Mas, por incoerente que pareça, é exatamente o envolvimento, a responsabilidade do eleitor que poderá levar a democracia brasileira a evoluir para o voto facultativo. Claro que para isso ocorra, o brasileiro deverá chegar a um nível de maturidade eleitoral. Afinal, sendo facultativo, quem garante que o eleitor sairá de sua residência para votar. Com isso, os partidos com uma militância significativa e os candidatos que não possuem uma boa fama, completamente isentos de ética, e que não hesitam em cooptar eleitores e até mesmo em financiar um eleitorado cativo, seriam os maiores beneficiários.

Será que entre esses candidatos, você pode escolher pelo menos um, que ao ser eleitor, saiba direcionar as suas ações como se fosse o desejo de todos os cidadãos de Piracicaba, ou seja, fazer da cidade um lugar mais humano e onde todos sinta o prazer em morar, onde as ferramentas sociais estejam à disposição dos munícipes em forma de proteção. Será?

A torcida é que cada pessoa esteja votando conscientemente. Daí a necessidade de que os eleitores aproveitem as facilidades existentes hoje para obter o máximo de informação sobre seus candidatos, antes e depois.

Enfim, enquanto os nossos entes federados, em particular, nossos municípios, encontram-se praticamente quebrados, estamos assistindo o maior número de candidatos disputando ás nossas prefeituras. Nem nos tempos das vacas gordas se viu nada igual. Daí a pergunta que não pode calar: o que tem despertado tanto interesse?

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Antonio Lara, articulista ([email protected]   

 

 

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