Pelo fortalecimento do SUS

Vilson Dornelles

 

Formado em medicina há  44 anos, sempre trabalhei no serviço público, testemunhando   o descaso com o atendimento prestado, principalmente, aos mais pobres.

Como funcionário da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo  participei da criação do SUS, instituído pela Constituição em 1988.   Inicialmente visto como utopia, é reconhecido mundialmente como um dos melhores exemplos de universalização da saúde.

O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem o atendimento público da saúde previsto na sua constituição. A nossa “Constituição Cidadã” de 1988, em seu artigo 196, determina: “A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,  proteção e recuperação”.

A partir do SUS,  o Brasil passa a ser reconhecido internacionalmente como tendo o maior e melhor serviço de transplantes de órgãos do mundo. Além disso, apresenta diversos programas de excelência, tais como:

– Política Nacional de Imunizações;

– Estratégia de atendimento à saúde da Família (PSF);

– Redução da Mortalidade Infantil;

– Vigilância Epidemiológica e Sanitária;

– Assistência Farmacêutica;

– SAMU;

– Atendimento à AIDS e

– Atendimento ao câncer.

Por questões políticas e de interesses econômicos  o SUS nunca recebeu verba suficiente para concretizar todas suas propostas. O sub-financiamento para a realização de seus propósitos é uma realidade desde seu nascedouro. Os gestores do SUS, não comprometidos com a saúde pública, facilitam a  mercantilização da medicina . Cortando as verbas públicas para a saúde, abre-se o espaço para o crescimento da medicina privada. Para oficializar o corte de verbas, foi aprovada  no Congresso Nacional a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55 que congela os gastos  públicos com políticas sociais por 20 anos.

Nosso papel  é  lutar para que se cumpra a Constituição, garantindo financiamento suficiente para remunerar bem os profissionais, manter com qualidade os serviços prestados e atender dignamente  à população.

_____

Vilson Dornelles, médico

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima