Vote pela competência

Antonio Lara

 

Em época de eleição, quero fazer um apelo ao eleitor, para não votar açodamente, isto é, que não sejamos apressados. Nesse caso, temos o voto açodado ou apressado.

Contudo, todas essas induções foram ou são necessárias, especialmente por causa da atitude conformista que revela a nossa negligência, na qualidade de cidadão, ao passar procuração, através do voto, aqueles que fizeram e fazem uso do que é publico para atender seus interesses privados. Consequentemente, creio que a intenção dos defensores do voto “pensado”, do voto “branco”, do voto da esperança; do voto açodado ou do voto “consciente”, surge da indispensável necessidade, que cada um de nós possui de repensar os efeitos da política partidária de conchavos e dos falsos representantes de que fomos vitimas. Pseudos representantes do povo que caíram em desgraça por cometerem improbidades,  incompatíveis com o cargo que exerciam.

Para variar, nesta eleição que se avizinha, voto pela competência. Competência de quem é capaz de enfrentar as agruras que uma administração pública requer. Competência, de capacidade, habilidade, aptidão política e idoneidade.

Essas virtudes da competência, notadamente a idoneidade, em relação ao poder público, só são possíveis encontrar em homens e mulheres que comprovadamente possuam conduta ilibada e estejam dispostos a pagar o preço do serviço publico sem se deixarem contaminar pelo canto da sereia. Candidatos, que tenham domínio próprio, pois quem não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros.

Quais os meus motivos por optar votar pela competência? Vários!

Um destes motivos é que muitos dos “políticos” candidatos, por exemplo, a prefeito, por esse Brasil, seriam esmagados pelo peso das questões que eles mesmos levantam. Tem candidato que está tão por fora da função que pleiteia que mais parece “cego em tiroteio”. Produto duma política partidária brasileira, em cujas entranhas ou bastidores, os padrões éticos representados na virtude da sabedoria, da coragem, da moderação e da justiça, não estão presentes.

À primeira vista, pode parecer leviana essa afirmação, contudo basta lembrar o recente “circo dos horrores”, coisa feia mesmo, do impedimento da ex-presidente. Basta uma simples olhadela, leitor, nos noticiários da mídia geral ou fazer um exercício de memória a partir dos últimos acontecimentos, da última década, envolvendo ações políticas por grande parte de quem vive no “meio”, para constatar a veracidade dessa premissa. A política em vigência está na contramão da ética, sim.

Outra conclusão é que não dá mais para votar em candidato pelo “programa” de seus partidos políticos. “Partido político”, no Brasil, além de fisiologista, é uma miscelânea de “opiniões” que em tudo se parece com o “samba do crioulo doido”. São partidos ou siglas de aluguel, para não dizer outro palavrão!

O meu voto pela competência passa longe de candidatos e seus discursos simplórios na solução dos problemas de inclusão social: educação, saúde, emprego, habitação, segurança, etc. É, antes, em nível de município, uma busca que venha realmente de encontro com o verdadeiro sentido da política ou do político que é zelar, cuidar bem do patrimônio público, tendo em vista a justiça social e o bem comum de todos os cidadãos.  Já que, o governante justo faz a cidade justa, diria Platão.

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Antonio Lara, articulista da [email protected]                      

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