Jornal Nacional: Bebel se posiciona contrária à volta das aulas presenciais

A Professora Bebel, durante entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, quinta (17) – Crédito: Divulgação

Em entrevista à Rede Globo, em matérias veiculadas no Jornal Nacional e no Jornal Hoje, de quinta (17), a presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT), mais uma vez, em defesa da vida, se posicionou contrária à volta das aulas presenciais no Estado de São Paulo, em função da pandemia do coronavírus. Para a Professora Bebel, nesse momento deve se preservar a vida e o retorno das aulas presenciais colocará mais oito milhões nas ruas do Estado.
Apesar de o governo estadual marcar o retorno das aulas para sete de outubro, para Bebel, “não podemos aceitar decisões precipitadas, que colocam em risco a vida das nossas crianças, bem como de seus familiares e da comunidade escolar em geral. Com a volta das aulas presenciais, as crianças e os jovens, que são assintomáticos, vão levar a doença para seus lares e vamos ampliar, agravar ainda mais a pandemia no Estado de São Paulo”, disse na reportagem do Jornal Nacional, que problematiza os debates sobre o retorno precoce das aulas.
Já na reportagem exibida pelo Jornal Hoje, Bebel reforçou que não é hora da volta das aulas. “Temos pesquisa mostrando que mais de 80% das escolas só têm dois banheiros e mais de mil salas não têm condições de funcionamento, não tem arejamento, claridade….”, disse, se referindo à pesquisa realizada em parceria entre a Apeoesp, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Esse trabalho mostrou ainda que 99% das unidades escolares não possuem enfermaria, consultório médico ou ambulatório e que aponta ainda que 11% das escolas estaduais não têm pátio, 13% não têm quadra, ginásio ou campo de futebol e 79% não possuem vestiário. Outro dado é que 48% das unidades escolares não têm sanitário acessível para pessoa com algum tipo de deficiência.
Além da questão da estrutura física das escolas, Bebel não está convencida de que o escalonamento dos estudantes funcione: “Veja, se a escola não tiver pia, papel higiênico, como vamos pensar em álcool em gel, máscaras e uma porção de outras questões que eles estão dizendo que vai ter? Não vai! Então, do ponto de vista estrutural, está claro que não temos condições”, diz.
Para a presidenta da Apeoesp, a rede estadual deveria neste momento encontrar maneiras de melhorar a educação a distância. “Pensar em formas de estabelecer convênios e garantir computador, internet, a todos os estudantes, como uma forma de equiparar a possibilidade da aprendizagem remota”. A Professora Bebel reforça que “o presencial” não deve ser discutido este ano: “Os conteúdos podem ser perfeitamente retomados em 2021 a partir de uma organização curricular que encaminhe a questão. Para o conhecimento, não há um tempo delimitado. Não faz o menor sentido agora ficarmos refém de um calendário burocrático”, ressalta.

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