Leituras mágicas

Elda Nympha Cobras Silveira

 

Ao longo da vida, quem gosta de ler, obviamente vai se inteirando de temas que os livros trazem para nos dar prazer e cultura. E esse prazer vai se ampliando à medida que aumentam nossos anos de leitura envolvente, cheirosa, sim cheirosa, porque o olfato se delicia com o perfume das folhas viradas em sequência.

Seu  cheiro é uma combinação de grama, ácidos, baunilha e mofo.  Mas, ao contrário do que pensa o senso comum, os primeiros livros impressos sobreviveram por mais de 500 anos devido à pureza do papel. Quando entramos nesses lugares onde se vendem livros usados e antigos, sentimos aquele aroma particular de livros envelhecidos pelo tempo. Alguns amam o cheiro e outros o detestam. Depende da idade e o tema que nos agrada.

Quando criança gostávamos de livros infantis e cheio de figuras, que os tornavam mais chamativos para ajudar a criar os personagens na nossa imaginação como os de Monteiro Lobato com “Caçadas de Pedrinho” e Saudade de Thales Castanho de Andrade que ganhei da minha madrinha, Fábulas dos Irmãos Grimm, com a história do Chapeuzinho Vermelho, Esopo que escreveu  “A Raposa e as Uvas” e “A Cigarra e a Formiga”, Perrault “A Bela Adormecida”,  Andersen que escreveu “João e Maria”, Carrol nos conta sobre “Alice no Pais das Maravilhas”, e em 1980 Ziraldo com “O Menino Maluquinho” foi ao auge, Mauricio de Souza com A Turma da Monica, Lewis Clive com as “Crônicas de Nárnia”.

Já na adolescência  temos um diferencial, por causa dos hormônios, que estavam despertando, preferíamos romances se fossemos  garotas, e os meninos revistas  de super-heróis, e assim sucessivamente íamos transformando nosso gosto pelas leituras, de acordo com a faixa etária.

Várias décadas atrás a juventude amava ler livros de M. Delly, Agatha Cristhie, romances para adolescentes, Erico Veríssimo, Machado de Assis, e outros bem famosos como “A Moreninha” “O cortiço”. “Moby Dick”, “O pequeno Príncipe”, “O Retrato de Dorian Gray”, “Dom Quixote”, “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen, “A escrava Isaura” de Bernardo Guimarães.

Em sequência vieram os livros de Julio Verne, clássicos da literatura que até hoje alimentam o imaginário das pessoas e que foi adaptado ao cinema, como também  “Moby Dick”, “Vinte Mil léguas Submarinas”, também os de Hemingway, “A metamorfose” de Francis Kafka, “O Morro dos Ventos Uivantes” de Emily Brontë.

Jorge Amado com “Capitães de Areia”, “Vidas Secas”, também o livro brasileiro “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva, e “Crime e Castigo” de Dostoievski, e daí em diante, já com boa bagagem literária, vai-se escolhendo certos Best Sellers,  ou não, mas com coleção de livros com muito conteúdo de literatura.

Hoje a série “Crepúsculo” é o livro predileto da maioria dos adolescentes ou quase todo jovem  leu ou está lendo, “O Senhor Dos Anéis”, Harry Potter de J. K. Rolwing, “O Hobbit”, “Os filhos”, de Húrin, Silmarillion e “Contos Inacabados”.

A juventude está interessada em Sagas, Histórias Mitológicas, Super Heróis mitológicos, Dan Brown com o  “Código Da Vinci” e assuntos sobre  viagens estelares, e assuntos  de terror de  violência e crime.

Creio eu, que o assunto romântico está meio jogado pra escanteio pela maioria, muito diferente de nós mais velhos, que tanto gostávamos. O sentimento sutil  do amor e do romantismo parece que caiu em desuso. Não se morre mais por amor!

Será que até as expressões de amor se modificaram? Caíram as cartas de amor, tudo bem, mas só não gosta quem não as recebeu. Bem, agora é pelo WhatsApp, não é?

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Elda Nympha Cobra Silveira, escritora, artista plástica, membro da APL, GOL P e CLIP.

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