Eliete Nunes
O grito, o rabisco, o passo. Todos juntos, ou separados, mas sempre relacionados, por um abraço que é chamado de Hip Hop.
Hip Hop basicamente é expressão artística de rua, urbana, e que tem sua existência nas mais variáveis vertentes. Com origem na década de 70, no sul do Bronx, na cidade de Nova Iorque, difundido por Jamaicanos, latino-americanos e afro-americanos, a cultura do hip hop tomou as ruas, e não demorou muito para se estruturar como uma das grandes culturas populares do mundo.
Sempre com um ar contestador e politizado, o Hip Hop consegue ser versátil e artístico, abordando os mais diversos temas, nas mais diversas formas artísticas. O que não faltam, são exemplos dessa cultura multifacetada:
Rap – O MC (mestre de cerimônias) canta de forma rimada ou não, em cima de um beat ou ainda a capella, letras que muitas vezes abordam a realidade periférica, explanando problemas sociais, como a violência, uso de drogas, racismo etc. Costumam vir carregadas de emoções e protestos.
Dança de Rua – Danças num aspecto urbano, que não se assemelham com as convencionais, geralmente tem como trilha sonora batidas de rap, os Beats e o Funk. A mais conhecida é o Breakdance, com passos de muita originalidade e que exigem um bocado de habilidade física, o “Breaker’’ como é chamado o dançarino, segue o ritmo da música com movimentos circulares, que envolvem os pés e as mãos no chão, em passos que testam o equilíbrio e a coordenação do praticante.
Grafite – Arte feita com materiais do cotidiano, como latas de spray e rolinhos de pintura. As artes são feitas nas ruas da cidade, em muros, prédios. Aonde for realizável, e acredite, é possível se desenhar em quase todo lugar, aliás, quanto mais desafiador e perigoso for para o artista, mais lhe parece tentador, como se acontecesse de forma subentendida entre eles, uma competição de quem consegue marcar o lugar mais inusitado. As artes variam de forma, mas quase sempre são carregadas de ideias políticas.
DJ – O maestro das ruas, com sua orquestra composta por equipamentos como mixers e controladoras, ou ainda apenas um laptop, o DJ (Disc Jokey) faz a reprodução das músicas, mixadas ou não, em forma de samples (reutilização de uma parte de um som) ou criadas do zero. O trabalho vai desde acompanhar os MCs até criar toda a trilha sonora da noite.
O Hip Hop funciona como uma grande mãe do urbano, da arte marginal. Abraça todas as formas. Além de funcionar como uma oportunidade para os jovens esquecidos pela sociedade, salvando mais vidas do que se pode contar.
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Eliete Nunes, professora, enfermeira, advogada; foi secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Piracicaba de 2012 a 2020. É autora do livro Biografia de uma Gestão