João Umberto Nassif
Piracicaba cresceu muito nas últimas décadas. Novas indústrias de porte propiciaram desenvolvimento em todas as áreas. Até algumas décadas quando alguém precisava saber um endereço, era muito fácil, bastava ter um ponto de referência. Os edifícios eram conhecidos pelos seus nomes Moro no “Edifício Rio Negro”, ou moro no “Edifício Romano”. No meado da década de 70 tínhamos em torno de 10 edifícios na cidade. Nem se sonhava com GPS. Tínhamos sim, pontos de referências: Catedral, Campo do XV, Escola Agrícola, Lar dos Velhinhos, Mirante. Antes de entrar na Rodovia Cornélio Pires, que passa por Tietê, bem próximo a pista tem o Posto Menegatti, hoje com outra razão social. Por ser o maior posto de combustível da cidade era mais conhecido como “Postão”. Era um ponto de referência de Piracicaba. Aqui cabe um complemento. Um conhecido empresário da cidade, teve um grande sucesso em um loteamento de alto padrão, feito na cidade. A seguir ele adquiriu uma área de terras próxima ao Postão. Construiu casas populares e colocou à venda, houve uma migração forçada das prostitutas, do Bairro Alto (Cano Frio). Sem ter para onde ir elas alugaram ou compraram essas casas formando um reduto. Esse empresário disputava um cargo político com um membro de uma tradicional família de Piracicaba. Seu adversário não perdeu a oportunidade e denominou o bairro onde moravam as moças alegres, com o sobrenome do adversário. Assim a zona de meretrício passou a ser nominada com um derivativo do sobrenome do construtor da mesma. Por muito tempo os interessados nos serviços profissionais dessas senhoras recebiam a indicação: “Vai até o Postão, vira e segue em frente”. Os hábitos e costumes foram mudando, até que um prefeito da época decidiu pôr fim naquilo, publicou no Jornal de Piracicaba quem esteve divertindo-se naquele local no dia anterior, publicou por dois dias o nome dos frequentadores. Extinguiu a freguesia. O “ Postão” continuou como referência geográfica até os dias atuais. Francisco Menegatti nasceu a 23 de maio de 1937, no bairro Campestre, em Piracicaba, filho de Fioravante Menegatti e Adelaide Zatarin. Francisco Menegatti casou-se com Maria De Liz Giuliani, tiveram quatro filhas: Rosangela, Sandra, Claudia e Eliane.
Quando o senhor nasceu os seus pais trabalhavam na agricultura?
Meu pai comprou o sítio em que moramos em 1935, em frente passava a estrada que ia para Laranjal Paulista. Para ir para Tietê tinha que ir até Laranjal Paulista, não havia a Estrada Cornélio Pires. Eu me lembro quando foi aberta essa estrada. Era tudo sítio: a fazenda da família Furlan, da família Montebelo, Rasgaram a estrada no meio das fazendas. Onde é o Postão era de propriedade da família Pupim. O Estado desapropriava, pagava e fazia a estrada. Antes de criarem a Estrada Cornélio Pires, quem ia para Tietê tinha que passar por Laranjal Paulista.
O senhor viu abrir a Estrada Cornélio Pires?
Vi! Naquele tempo abriram tudo com carrocinha e burro. Ali na baixada onde existe a empresa Tolotto os burros descarregavam as carrocinhas cheias de terra, estavam tirando de algum morro, assim era feita a terraplanagem: com carrocinhas. Era uma fila de carrocinhas que descia e subia. Carregavam as carrocinhas com aforça do braço. Não havia máquinas. Tudo feito com picareta e pá! Os dois irmãos Tolotto que trabalhavam no DER (Departamento de Estradas de Rodagem), como trabalhavam aqueles homens! Conheci o Brioschi, ele montou uma olaria de tijolo comum, depois passou a fazer o tijolo baiano. Agora mudou para a fabricação do bloco.
Que tipo de lavoura era cultivada na região do Campestre e arredores?
Era de café e eucalipto! O forte mesmo era lavoura de café. O Valentin, o Palmiro Bortoletto, o Luiz “Gigio” Bortoletto, a família Augustti, nós, todos tínhamos lavouras de café, era tudo cuidado pelos próprios donos, o Valentin Furlam tinha meeiro. O Palmiro Bortoletto também tinha meeiros. O Luiz Bortoletto também tinha meeiro. No nosso caso era apenas a nossa família que cuidava. Naquele tempo os homens trabalhavam muito. Atualmente uma boa parte da mocidade está viciada em drogas, bebidas, e os que não tem vícios não tem disposição para trabalhar! Por isso nosso país está desse jeito, tem muita coisa errada. Uma parte dos empregados não tem interesse que a empresa em que trabalham se desenvolva. O empregado esquece que quem afunda primeiro é ele mesmo!
Com que idade o senhor começou a trabalhar?
Com seis anos comecei a ir para a roça. Usava Alpargatas Roda, a famosa “enxuga-pocinha” só fui usar sapatos na minha vida quando era já adulto.
O que o senhor fazia na roça, quando era ainda criança?
Eu comecei cedo na roça, colocava a semente de arroz, feijão, de milho que plantava nos riscos, naquele tempo cobria com terra empurrando com o pé. Carpia, coroava café, apanhava café. O que tinha que fazer, fazia! Naquele tempo era obrigado a fazer, os pais queriam que os filhos ajudassem. Tinha que ajudar o pai, não tinha outro jeito.
Oque é coroar o pé de café?
É tirar parte da terra embaixo do pé de café e embaixo fazer um “cordão” de terra. Depois apanhar e varre, para o café não esparramar.
O senhor frequentava a escola?
Fui para a escola com sete anos e meio. O quarto ano estudei no Bairro Chicó, mas propriamente não participei da aula, Só participei ativamente da aula durante a primeira semana. O diretor era Antônio do Amaral Mello, uma pessoa maravilhosa. Ele perguntou para a professora qual era o melhor aluno, ela disse: “- O Francisco! ”. Seu Antônio disse: “Então, a partir de segunda-feira ele vai comigo na horta!”. Eu já fazia horta em casa, entendia de tudo! Fiquei o ano inteiro na horta! Não ia para a aula.
A horta era para os alunos?
Era para os alunos da escola. Plantava de tudo: alface, almeirão, chicória, rabanete, beterraba, cenoura, agrião.
Os alunos tinham lanche?
Naquele tempo não. Quem levava lanche de casa tinha lanche, quem não levava não tinha. Os professores almoçavam lá.
Qual era a distância da sua casa até a escola?
Aproximadamente uns três quilômetros. Ia a pé e pisando no barro quando chovia. Lembro-me de algumas professoras: Dona Amélia do Amaral, Dona Nercy, Dona Racy.
O trem parava ali?
Parava! Bem encostado a escola. As professoras, inspetor, diretor vinham todos de trem. Eles pegavam o trem na Estação da Sorocabana, onde hoje é o Terminal Urbano.
Quando fizeram a estrada para Tietê era asfaltada?
Não! Era chão de terra! Depois de muito tempo é que foi asfaltada. O ônibus que ia para Rio das Pedras ia pelo Taquaral. Não havia a Estrada do CEASA, não havia a estrada que sai do anel viário em frente a Usina Santa Helena e vai para Rio das Pedras. Havia uma estradinha que passava pelo bairro Chicó, passava pela fazenda do Furlan, era mais um “carreador”. Naquele tempo tinha pouca cana-de-açúcar plantada, era mais eucalipto. Depois que foi montada a Usina Santa Helena é que veio com força a plantação da cana. Até então, plantava-se arroz, milho, eucalipto, café, a terra é muito boa, terra vermelha, naquele tempo os italianos diziam que era terra “massapé”.
Na hoje Avenida Laranjal Paulista, antiga Estrada Laranjal Paulista, já tinha a “vendinha”?
Adiante da nossa casa, quando conheci a vendinha eu já estava com os meus cinco ou seis anos. Talvez até existisse já antes, só que naquele tempo criança não saia de casa. Meu pai não ia na venda, de jeito nenhum. Meu pai nunca foi de bar. E eu menos ainda, se ele não me levasse não tinha como ir. Havia o Bar do Antônio Bortoletto lá embaixo, e tinha o barzinho perto do campo de futebol. Mais próxima de casa tem a Igreja Santo Antônio, depois é que foi feita uma mais distante um pouco, que é a Igreja Nossa Senhora Aparecida. Havia missa, celebrada pelos frades franciscanos. Era uma missa por mês. Não posso afirmar com certeza, mas acredito que fui batizado na Igreja dos Frades. Quando era moço frequentava a Igreja dos Frades.
Em frente a Igreja dos Frades havia um pastinho para os fiéis deixarem os cavalos, carrinhos?
Onde hoje é um jardim, em frente a Igreja, era comum deixarem os cavalos, carrinhos, enquanto iam à missa. Havia naquela época mais união e respeito. Um vizinho que abatia um porco, ele mandava aos vizinhos um pedaço, e era assim com quase tudo.
Nós tínhamos uma tramela puxada por um barbante pelo lado de fora da porta da sala, levantava o barbante a tramela destravava. Saia, quando voltava estava tudo como havia deixado. Não havia nenhum problema.
Com a experiência de vida que o senhor tem, a seu ver, porque as coisas mudaram tanto?
Há uma série de fatores, nós vivíamos em um mundo de respeito, confiança, seguro. A meu ver o país não estava preparado para tantas mudanças. Hoje a violência é tolerada, as drogas invadiram todos os lugares, a impunidade e leis extremamente liberais para com o menor, uma grande parte dos políticos roubam sem o menor pudor e sem que sejam penalizados. Para muitos políticos roubar é um fato normal e generalizado em todos os escalões.
A seu ver, a televisão, hoje possivelmente o maior meio de diversão de uma faixa da população, é boa ou ruim?
A televisão tem coisas boas e tem coisas ruins. Como o telefone celular, a internet. Atualmente está difícil assistir televisão. Temos que filtrar, analisar, se de fato o que está sendo mostrado nos interessa. Não nos deixarmos ser levados por coisas ruins, inúteis. Assisto missa duas vezes por semana pela televisão. Para mim é bom. Reza-se o terço. Novelas eu não gosto. Filmes também não gosto. Assisto o programa de sorteio do SBT, onde gira uma roda dando prêmios. Tem músicas que eu gosto na Rede Vida, TV Aparecida.
No tempo da juventude do senhor havia muitos bailes nas redondezas?
Havia os bailinhos sim! Tinha no Bortoleto, no outro barzinho, o pessoal fazia o palizado (cobertura provisória) no terreiro e íamos dançar lá. Havia muita educação.
O senhor trabalhou muito tempo na lavoura?
Trabalhei mais de 40 anos.
Lembra-se em que dia se casou?
(Seu Francisco solta uma gargalhada, ele sabe que isso jamais poderá esquecer).
Eu casei em 21 de dezembro de 1963! Casamos na Igreja dos Frades, A festa foi em casa. As festas da época eram muito diferentes das festas atuais. Era comum servir pão recheado com carne e molho. Doces eram o creme, cocada branca, cocada preta, queijadinha. Era o tempo em que o Martini fazia. Tempo do Agostinho Martini Neto, o Neguinho.
Na Rua Benjamin Constant esquina com a Avenida Independência havia um comércio?
Ali era o armazém do Nei Barbosa. Ele tinha o pátio na frente onde todo mundo amarrava os carrinhos para ir para o centro da cidade. Ele colocava uns paus em pé, uma trava em cima bem amarrada, amarrava os carrinhos ali. Bem mais tarde nessa esquina funcionou a Funerária Libório. O meu pai faleceu com 45 anos eu tinha 8 anos e meio. Conheci muita gente; José Nassif, Luiz Angeli, Romeu Gomes de Oliveira, Jaime Pereira, Abel Pereira, pai do Jaime. O Abel Pereira tinha sítio após o Monte Branco, nós compramos muita lenha dele, Ele teve carvoaria também.
Na época havia muitas olarias na região?
Tinha muitas olarias: do João Pupim, Julio Filetti, Bertolini, Francisco Filetti, Buriol, Franhani, nós tivemos olaria, o Gustinelli. Tinha uma fila de olarias. Acabou tudo, ficou só o Gustinelli.
O Ditoca era proprietário de sitio também?
Subindo a Avenida São Paulo, passando a antiga PANSA, do lado direito era tudo do Ditoca, plantava café, algodão. Na Rua Benjamin Constant onde hoje é o Shopping Paulistar, ali era a caieira do Felício Tozzi. Do lado esquerdo da Avenida São Paulo, próximo a Avenida 31 de Março tinha a caieira do Toninho Coelho. A Avenida 31 de Março era tudo brejo. Ali perto do Bairro Verde existia o Rancho Alegre, faziam bailes ali.
De quem o senhor adquiriu o “Postão”?
Adquirimos do Fleury Bottene, Artêmio Bottene, Leopoldo Dedini e Mario Guerra. Eles tinham adquirido dos Irmãos Galdi. Adquirimos dia 1º de fevereiro de 1967. Subimos lá com carroça, pá, enxada, forca, limpamos tudo.
Quem são os irmãos Menegatti que adquiriram o Postão?
O Luiz, Antônio, Alcides, Ivo e eu, Francisco. Cinco irmãos. Passamos a trabalhar, tinha quatro bombas de gasolina e duas de óleo diesel. Era descoberto, nós cobrímos. Quando chovia e tínhamos que entrar embaixo do caminhão para colocar óleo na bomba injetora era muito ruim.
Vocês montaram o restaurante lá?
O restaurante era movimentado por uma pessoa de fora que assumiu, até que o meu irmão Alcides assumiu o restaurante. Piracicaba inteira conhecia como “Postão do Menegatti”. A bandeira do posto era “Esso”.
Era mais fácil estabelecer o preço do combustível?
O governo comandava o preço. Era tudo muito rigoroso.
Tinha borracharia também?
Teve vários borracheiros. O Alcidinho foi desmontar um pneu, tirar o pneu da tração do caminhão, o interno estava estourado. Ele não murchou o pneu de fora, no último parafuso, quando ele foi soltar o pneu saíu, levantou o Alcidinho a uns 15 metros de altura. Ele morreu sem saber como. Uma pessoa que tocou a borracharia por muito tempo foi o pai do delegado Dr. Emerson Gardenal, eu o conheço desde menino. É uma família de pessoas muito boas.
O senhor lembra-se que era comum andar com a carteira de trabalho no bolso?
Lembro-me! Se o indivíduo estivesse andando na rua sem ocupação era preso por vadiagem. E ninguém, mexia com ninguém porque o outro poderia estar armado. Naquele tempo jogávamos futebol, tratávamos nossos amigos de preto. Não podia dizer negro. Hoje mudou tudo, temos que falar negro, não podemos chamar de preto. Sempre tive bons amigos negros, nunca liguei para a cor da pele da pessoa.
Qual foi o seu primeiro carro?
Foi um Fusquinha 1300cc, depois tive três Brasílias, comprei uma Belina, um Escort importado, tive dois Fiesta, hoje tenho um Celta.
Para abastecer o posto vocês tinham caminhão?
A Companhia mandava. Compramos um caminhão Ford 1978. Depois compramos um Mercedes-Benz, com esse caminhão por mais de 10 anos “puxei” combustível. Comprei um caminhão Cargo da Companhia, transportei combustível por mais doze anos.
É uma carga perigosa.
O caminhão tanque é mais perigoso vazio do que carregado. Vazio se der uma faísca ele explode inteiro. Comecei a dirigir com 14 anos, faz 69 anos que dirijo, não parei mais. Aos 14 anos comecei a dirigir o caminhão GMC, o Willadns (Vila), filho do Luciano Guidotti que trouxe, disse que éramos trabalhadores e pagávamos. Já era câmbio sincronizado. O Ford 1946 era com câmbio seco, tinha que trocar a marcha no tempo certo, senão não engatava. Luciano Guidotti foi um segundo pai que nós tivemos. Compramos o GMC dele, fomos pagando, em 1954 o Vila trouxe dois caminhões 350, pagamos.
O senhor nunca foi convidado para entrar para a política?
Fui convidado para ser vereador, nunca quis.
Do que o senhor tem mais saudade?
Do tempo em que eu jogava bola! Eu era bom de bola! Meu pai tinha morrido, eu era o filho caçula, veio um pessoal de São Paulo, queriam me levar para treinar em times grandes. Eu tinha entre 13 a 14 anos. Eu jogava de meia-esquerda. Joguei 27 anos com a camisa 10! Comecei no Campestre Futebol Clube. Eu jogava bem, dominava a bola, corria muito, chutava com os dois pés. Naquele tempo jogador de futebol tinha ganhos muito limitados. Fui muito amigo do Gatão. Do Ediarte. Os jogadores naquela época todos trabalhavam em algum oficio. Não havia dedicação integral ao futebol. O Ediarte era gerente da Caixa Econômica!
Antigamente havia comícios e os violeiros era uma forma de atrair o público. O senhor lembra-se de alguns cantadores?
Lembro-me sim de Pedro Chiquito, João Davi, Parafuso, Nhô Serra, tinha uma turma boa, cantavam muito na Sociedade Beneficente Treze de Maio. Cantavam cururu, eu ia muito lá.
O senhor sempre cuidou da sua saúde?
Sempre respeitei a mim mesmo. Uma cerveja já era o bastante. Nunca fumei, não tive vícios. O fato de ter perdido meu pai muito cedo, a minha mãe tinha o controle, era uma mulher autêntica, segura, rígida. Gostava de tudo certinho. Eu tinha que andar na linha, ou iria ser repreendido quando chegasse em casa. A melhor escola da vida é a vida. Aquele que vive e aprende dá valor à vida. Aquele que vive e não consegue aprender, a vida para ele não vale nada! A vida ensina principalmente quem procura o conhecimento da vida em si próprio. Temos sempre que olhar para trás. Não olhar para frente. Atrás de nós sempre tem aquele que está pior do que nós. Olhando para trás, valorizamos o que temos, e valorizamos o que cada um é. Se olharmos para frente não nos damos valor, porque sempre queremos mais do que temos. Tudo que possuímos nos é emprestado. Um dia, sem que se saiba quando, levamos a roupa do corpo e mais nada. Quem pensa em acumular riqueza está muito enganado. A ilusão de “eu sou” ou “eu tenho”!
O senhor foi muito amigo de Leopoldo Dedini?
Fui! Ele gostava muito de mim! Quando negociamos o posto fizemos amizade. Eu sempre tive livre acesso ao escritório dele na MAUSA. Conversava com ele, com Dorival de Toledo, Rodolfo da Silva, o Franzoni que tomavam conta. O Leopoldo era meu amigo, quando chegava cumprimentava, abraçava. Assim como era o Joaquim Mário Peres Ferreira dono da Pirasa. Eu entrava na Pirasa, ficava a vontade (Francisco se emociona). Essas coisas é o que conta na vida da gente, saber que transpiramos confiança. Tem certas coisas que só se acolhe dentro da honestidade da gente. Eu chegava no Banco do Brasil, o Paulo Mattos, irmão do Jairo Mattos, ele me levava até o cofre, abria e dizia: “- Menegatti dá uma olhada!”. O Brasil seria o pais mais rico do mundo se tivesse administração e não tivesse roubo, como tem.
Qual é a solução?
Na nossa bandeira está a resposta: “ORDEM! ”. Na minha casa sempre houve ordem!
O senhor liderou a vinda da água e do esgoto no Campestre?
Em conjunto como SEMAE fizemos uma parceria, sem interferência de nenhum político, alguns tentaram creditar as benfeitorias em seu nome.
E a energia elétrica como foi?
A energia elétrica já faz muitos anos. Naquele tempo tínhamos a força que passava por dentro do sítio aqui. A Companhia Elétrica pediu para o meu pai se ele pagasse um pouquinho iam trazer a energia até nós. Só que meu pai não tinha recursos para isso. Mais tarde, nós conseguimos recursos e trouxemos a energia até nós.