Youtubers por um dia: alunos da USP explicam como vacinas são produzidas

Alunos do 1º ano do curso de Química criaram vídeos de até três minutos sobre como as vacinas são produzidas – Crédito: Divulgação

A divulgação científica nunca esteve tão presente como nos dias de hoje. Basta ligar a televisão, comprar um jornal ou navegar pelos mais diversos portais de notícias que não será difícil encontrar alguma informação sobre pesquisas em desenvolvimento. Em tempos de pandemia, estar bem informado sobre os avanços da ciência no combate à Covid-19 é mais que importante, é fundamental. Para estimular desde cedo o hábito de divulgar temas científicos relevantes à sociedade, o IQSC (Instituto de Química de São Carlos) da USP (Universidade de São Paulo) desafiou alunos que estão no primeiro ano do curso de Bacharelado em Química a criarem vídeos de até três minutos para explicar como as vacinas são produzidas.
“Eu escolhi falar sobre as vacinas virais, que são aquelas que utilizam o vírus inativo ou enfraquecido em sua produção. Confesso que foi um desafio, pois nunca havia gravado um vídeo de frente para a câmera, por isso tive que tentar várias vezes até dar certo. Foi um ótimo aprendizado, me fez sentir como é feita a divulgação científica, que, aliás, foi um dos motivos que me trouxeram para o IQSC, essa oportunidade de falar com a comunidade”, revela José Roberto Neto, um dos alunos do Instituto que participaram da atividade. (link para assistir ao vídeo: https://drive.google.com/file/d/1DpER3QwPb8IG-d9iOqEbZe9FtTmjd1sw/view)
Segundo o estudante, além da iniciativa mostrar que a universidade se preocupa em dar um retorno à população, ela também foi capaz de sanar um desejo pessoal. “Sempre tive vontade de divulgar ciência e essa experiência foi muito importante para o início da minha jornada acadêmica, ainda mais pelo momento que passamos, em que a ciência precisa ter sua devida valorização”, reitera Neto, que é integrante do ACS USP Student Chapter, grupo de extensão do IQSC voltado para atividades de divulgação científica e reconhecido pela Sociedade Americana de Química.
A produção de vacinas que utilizam vetores virais para sua fabricação, como o adenovírus (vírus da gripe comum), também foi abordada na atividade. Utilizando recursos gráficos para explicar o conteúdo em forma de desenhos, a aluna Gabriela Scaglia criou um vídeo animado sobre o tema, e aproveitou para elogiar a iniciativa. “Achei bem legal essa experiência logo no começo da graduação, pois aprendemos desde cedo sobre a importância de divulgar ciência ao invés de “guardá-la”. Além disso, a gravação dos vídeos foi importante para nos ajudar com as nossas habilidades de comunicação, essenciais para transmitir informações de maneira clara”, conta a estudante. (Link para ver o vídeo de Gabriela: https://drive.google.com/file/d/1PZvBKh8IYf20boQPzfz7cllid7EWHY9P/view)
A atividade aplicada aos alunos foi proposta durante a disciplina Acompanhamento Profissional e Pessoal I, ministrada no primeiro semestre pelo professor Emanuel Carrilho, diretor do IQSC. O objetivo é oferecer aos estudantes do primeiro ano um acompanhamento do progresso acadêmico por meio de reuniões semanais, atividades coletivas e orientações que os auxiliem a encontrar o melhor caminho na carreira, transmitindo informações sobre o papel social e profissional do Químico.
Para elaborar os vídeos, os participantes puderam escolher qual tipo de vacina gostariam de explorar. Eram quatro opções: as Vacinas Virais, as de Vetores Virais, a Genética e a Proteica. “A ideia de realizar essa atividade surgiu naturalmente. Sabemos que existe um grande distanciamento entre o que é feito na universidade e o que a sociedade tem conhecimento, e atualmente estamos acompanhando a importância da divulgação científica para melhorar esse cenário. Como estamos no meio de uma pandemia, propus aos estudantes que se passassem por blogueiros e youtubers de ciência para falarem sobre os diversos tipos de vacina. O resultado foi muito bom, conseguimos mostrar para eles o valor da comunicação”, comemora Carrilho.

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