Estudos comprovam que a reabilitação cardíaca é essencial para a recuperação de pacientes com insuficiência cardíaca e pós-infarto submetidos a internações prolongadas em unidades de terapia intensiva, a exemplo do que ocorre na UCO- Unidade Coronariana do EMCOR (Serviço de Emergências do Coração da Santa Casa de Piracicaba).
O processo se dá por meio de exercícios coordenados pelo Departamento de Fisioterapia do Hospital para melhorara capacidade funcional do paciente dentro da UTI. “Os cuidados são bem específicos e direcionados à reabilitação cardíaca e prosseguem depois, nas enfermarias até a alta hospitalar do paciente”, revela o médico Humberto Passos, coordenador da UCO.
Isso porque a perda de mobilidade em pacientes hospitalizados tem impacto negativo em vários sistemas orgânicos, incluindo os pulmões, o sistema cardiovascular, a pele, os músculos e os ossos, entre outros. “Se não observadas e prevenidas, essas complicações levam ao aumento do tempo de internação e até à mortalidade em casos mais críticos”, disse Passos.
A fisioterapeuta coordenadora Maura Rigoldi Simões da Rocha, responsável pela implantação do processo de reabilitação cardiológica na UCO, explica que através de exercícios e técnicas específicas, é possível melhorar o desempenho e força dos músculos respiratórios e periféricos, a manutenção da expansão pulmonar, a oxigenação e a adequada higiene brônquica.
“Para evitar o agravamento do quadro na UTI e contribuir para o restabelecimento geral do paciente, os fisioterapeutas mantêm interação permanente com a equipe médica para definição das contraindicações e instituição dos critérios de inclusão e progressão dos exercícios”, considera.
Segundo Maura, inicialmente, etapas progressivas são implantadas com exercícios de baixa intensidade e mobilização precoce, seguido de sedestação (posição sentada), ortostatismo (ação de estar em pé) e exercícios ativos. “Dependendo da patologia eevolução do quadro clínico do paciente, exercícios com pequena resistência podem ser iniciados ainda na UTI”, observa a fisioterapeuta.
Para complemento das informações clínicas, os fisioterapeutas da Instituição utilizam também o teste de caminhada de seis minutos como forma de avaliar a capacidade funcional do paciente e nortear as condutas a serem adotadas.
Para isso, a Santa Casa dispõe de marcações de metragem nos corredores que auxiliam o fisioterapeuta a estabelecer comprecisão a distância percorrida pelo paciente no início da deambulação (caminhada); indicador importante para avaliação da progressão funcional do paciente.
Os exercícios podem ser complementados com bola, elásticos e aparelhos específicos como o Ciclo Ergômetro, aparelho estacionário que promove rotações cíclicas semelhante a uma bicicleta visando ao ganho de força muscular e melhora da função cardiorrespiratória.
“Dispomos também do Powerleg, que possui elásticos com diferentes resistências, objetivando sobretudo o ganho de força muscular para incrementar as atividades físicas”, disse a fisioterapeuta. Segundo ela, a Santa Casa vem utilizando o aparelho de forma inédita na Instituição, com excelentes resultados.