Uma campanha nas redes sociais da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e do Instituto Formar, abordará os mitos e verdades sobre o trabalho infantil, uma grave violação de direitos que acomete, em nível mundial, cerca de 152 milhões de crianças e adolescentes, sendo dessas 72 milhões em atividades classificadas como piores formas, segundo informações publicadas pelo Fórum Nacional pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) em sua página no Facebook.
A campanha sempre trará um mito propagado pela sociedade como verdade e informações que desconstroem aquela “dita verdade”. De hoje até sexta, dois mitos e verdades serão propagados nas redes para que mais pessoas tenham a exata dimensão dos efeitos sociais, psicológicos, físicos de uma criança ou adolescente submetido ao trabalho infantil. Na próxima semana, as formas de denunciar, as formas de trabalho mais comum e os efeitos serão abordados nas artes. “Nós queremos, com esta campanha, desconstruir mitos que praticamente se perpetuam na sociedade levando o falso entendimento do trabalho infantil com um mal menor e que por isso não causam tanta comoção na sociedade”, explica Fabiane Fischer Gomes Oliveira, titular da Smads.
A campanha faz parte das ações promovidas por conta do dia 12 de junho, dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil e Adolescente Irregular. Anualmente, a Smads e parceiros da rede de proteção dos direitos da criança e do adolescente realizam uma programação especial em junho para jogar luz ao tema, que inclui oficinas, capacitação e eventos para os técnicos da rede de proteção e público atingido pela violação. Este ano, por conta da pandemia de Covid, toda uma readequação de ações, que permitam realizar a mobilização, mesmo de forma remota, foi pensada, inclusive abordando os efeitos que a pandemia pode trazer, seguindo o tema da Campanha realizada em nível nacional, que este ano tem como slogan “É muito triste muito cedo, é muito covarde cortar infâncias pela metade – Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil.”
Além da Campanha que será veiculada nas redes, também estão sendo distribuídos, nos equipamentos de saúde do município, nos ônibus que fazem o transporte público, nos Conselhos Tutelares e em espaços comerciais próximos aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), cartazes com informações dos malefícios do trabalho infantil pra saúde, pra educação, pro desenvolvimento socioeconômico pra relação familiar. Nos cartazes também há os canais de denúncia e as formas mais comuns de trabalho infantil. “Nosso intuito é levar informação cada vez mais pra população sobre o quanto o trabalho infantil é danoso para vida da criança e do adolescente e quanto ele pode roubar os sonhos, o futuro e a saúde dos atingidos, que acabam por perversamente se manterem no ciclo de miséria e pobreza. Por isso optamos por esta distribuição maciça em espaços que população sempre está presente. Os cartazes também frisam o papel da sociedade como um todo na defesa de crianças e adolescentes, conclamando uma união de esforços para a garantia dos direitos de todos”, reforça Roger Carneiro, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Ainda como estratégia de mobilização, a Smads, veiculará os materiais da campanha nacional, que inclui lives, em sua página do facebook para que os interessados possam usufruir da programação.
O trabalho de combate ao trabalho infantil, entretanto, não está restrito às ações realizadas em junho. Os casos detectados e notificados têm atendimento prioritário nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e as crianças acompanhadas pelo Creas têm vaga prioritária nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, como o Centro de Atendimento Socioeducativo e o Gerações. Outra ação do município foi o estabelecimento de parceria com o Instituto Formar, que finaliza diagnóstico com panorama no município e apresentação de plano de ação, novo fluxo e protocolo pro enfrentamento do Trabalho Infantil em Piracicaba. Atualmente estão em atendimento pelo Creas, pelo Epsemc (Equipe de Proteção Social Especial da Média Complexidade) e pelo Serviço de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação Continuada mais de 400 crianças e adolescentes que sofrem esta violação de direitos. Desde o início da pandemia foram registrados três inícios de atendimento em março, dois em abril e nenhum em maio.
A campanha tem realização da Prefeitura, por meio da Smads e também do CMDCA, por meio da Competi (Comissão Municipal de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Trabalho Adolescente Irregular (COMPETI) e do Instituto Formar, parceiro da Smads na elaboração de diagnóstico e plano de ação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.
Trabalho infantil: mitos e verdades serão abordados em campanha
9 de junho de 2020