A deputada estadual Professora Bebel (PT) deu início à discussão sobre adequação do calendário do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que deverá ocorrer no final deste ano ou início do próximo ano, com os vestibulares das universidades estaduais paulistas, assim como tratou do Vestibulinho das Etecs, em função da pandemia do coronavírus. A discussão aconteceu on-line, nessa quarta (3), com o promotor público João Paulo Faustino do Geduc (Grupo de Atuação especial de Educação), do Ministério Público Estadual, que parabenizou a deputada pela iniciativa, inclusive de marcar para o próximo dia 11, uma audiência pública da Comissão de Educação e Cultura, da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), da qual é presidente, justamente para tratar destes temas.
Durante a reunião, a deputada, que também é presidente da Apeoesp, falou da sua preocupação e da necessidade de se fazer um amplo diálogo sobre os vestibulares das universidades paulistas, assim como com as datas do Enem, para que as datas de realizações não coincidam. Outra preocupação manifestada pela Professora Bebel é com o EJA (Ensino de Jovens e Adultos), que ainda não tem uma definição por parte do governo estadual. “Esses alunos não têm mais tempo a perder e há necessidade de uma definição”, acrescentou a deputada.
Diante de todas estas indefinições, a Professora Bebel disse que na audiência do próximo dia 11, em horário ainda a ser definido, serão tratados estes temas com a Secretaria Estadual de Educação, e já convidou o Ministério Público a participar. “Estamos tendo muita dificuldade em conseguir diálogo com a Secretaria de Educação”, reclamou a parlamentar.
João Paulo Faustino contou que o Ministério Público também tem esta preocupação com a situação da educação pública no Estado, e que também irá abordar a situação do EJA. “Temos que discutir os impactos na educação na pandemia e na pós-pandemia e se é possível tratar na Comissão de Educação o adiamento do Enem, conciliando com os vestibulares da USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Quem sabe realizar um vestibular unificado”, falou.
Para o representante do Ministério Público, o vestibulinho das Etecs também não deve ser realizado muito cedo, para não gerar prejuízo para os alunos da rede pública em relação aos das escolas particulares, em função dos impactos provocados pela pandemia do coronavírus. “É importante buscar consensos do que as medidas judiciais, uma vez que o Judiciário, nestes casos, tem dado protagonismo ao Executivo”, defendeu.
Pela relação que construiu com as universidades públicas paulistas, na CPI (Comissão Parlamentar de Inquéritos) das Universidades, na Alesp, Bebel acredita que é grande a chance de nesta audiência pública da Comissão de Educação e Cultura saírem indicativos sobre os vestibulares estaduais, uma vez que há uma expectativa dos estudantes.
Vestibulares: Bebel inicia debate com Geduc
4 de junho de 2020