Luto: XV lamenta o falecimento de Vadão


Faleceu no início da tarde de segunda (25), aos 63 anos, Oswaldo Alvarez, comandante do título do Campeonato Brasileiro Série C de 1995 pelo XV de Piracicaba. De carreira tímida como atleta, Vadão, como era popularmente conhecido, teve trajetória de destaque à beira do campo, em trabalhos por Mogi Mirim, batizado à época de “Carrossel Caipira”, Guarani, Ponte Preta, São Paulo (quando lançou o jovem Kaká), Athletico/PR, Vitória, Criciúma, entre outros. Vadão, em duas passagens que lhe renderam mais alguns títulos, foi ainda treinador da Seleção Brasileira feminina, sendo seu último trabalho em 2019. No Nhô Quim dirigiu atletas como Cléber Gaúcho, Serginho Brasília, Biluca, Luís Fernando, Ferreira, Ivanildo, Wagner, Marinho, Lê, Mika, Almir, Taílson, Leives, Cleber Lima, Tito, Pavão, Silvinho e Alemão, além de Carlão e Cristiano Cavalcante, que ainda estão diretamente ligados ao Alvinegro Piracicabano.
CAMPANHA DE 95 

Na primeira fase, o XV se classificou em uma chave que tinha ainda Paulista e Democrata-GV. Em seguida, em confrontos de ida e volta, o Nhô Quim eliminou Inter de Limeira, Barra/RJ, Brasil de Pelotas, Joinville e Gama. O jogo que deu o título ao clube piracicabano foi diante do Volta Redonda. Após ganhar por 2 a 1 em Piracicaba, os comandados de Vadão, que não comparecerá por motivos pessoais, trouxeram o troféu para casa com novo triunfo por 1 a 0, no Rio de Janeiro.

DEPOIMENTOS
“É um dia muito triste. O Vadão foi meu treinador ainda no início da minha carreira. Eu cheguei ao XV com apenas 16 anos, vindo de Monte Verde e ele, que era da cidade vizinha, Monte Azul Paulista, me ajudou muito. Além de ótimo técnico, era uma pessoa fantástica, um ser humano incrível. Nós temos um grupo de Whatsapp, com os campeões de 95, todos têm a mesma opinião e ficaram muito tristes com o ocorrido”, Carlão, ex-volante e atual supervisor das categorias de formação do XV
“Eu conheci o Vadão em 95, quando ele chegou para montar o time que foi campeão da Série C. Eu era muito jovem, o terceiro goleiro do profissional, mas os mais experientes naquela época já falavam que ele era à frente do tempo. Então, os treinamentos, a forma de montar a equipe e as variações de jogadas nos treinamentos e nos jogos era algo que nos surpreendia, diante de tudo o que conhecíamos. Ele era acima da média, em um tempo em que o futebol não era tão moderno. Nós tínhamos a certeza que ele teria uma grande carreira. Não à toa teve tantas conquistas. A marca dele no futebol ficará para sempre. Como pessoa, o que eu posso dizer é que ele respeitava a todos, independente de nome. O jogador era escalado por merecimento e a prova disso é o próprio Carlão, que atuou com apenas 16 anos. Todos no grupo o respeitavam. Com certeza, deixará saudades”, Cristiano Cavalcante, ex-goleiro e atual preparador de goleiros do elenco profissional do XV

“A perda do Vadão é sentida por todos que amam o futebol, pois foi um técnico muito capacitado e competente, conhecedor daquilo que gostava de transmitir aos seus comandados. Tive o prazer e o privilégio de ser seu atleta no XV de Piracicaba na conquista do título da Série C de 1995. Um profissional amigo, educado, transparente e honrado. Vai fazer muita falta. Que DEUS conforte seus familiares. O futebol está de Luto”, Cleber Gaúcho, ex-meio-campista, campeão da Copa Paulista de 2016 como treinador quinzista

“O Vadão foi muito importante em 95, não só para o XV, mas para muitos moleques daquela equipe. O XV vinha de um descenso no Paulistão, ele pegou o time totalmente desestruturado. Com seu estilo, foi montando a equipe do jeito que ele queria e deu certo. Era uma pessoa muito inteligente, com seu sistema 3-5-2. Era um treinador que gostava de conversar muito com os jogadores. Treinava muito. Pessoa do bem. Que Deus o receba de braços abertos. Sem nostalgia, um dos melhores treinadores que trabalhei, e olha que trabalhei com bastante. Mas o jeito dele era diferente. Muito discreto, queria as coisas sempre corretas. Vai deixar saudades!”, Biluca, ex-zagueiro, capitão da equipe, levantou o troféu em 1995

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