Sexualidade e Consumo na TV (X)

Paulo Roberto Ceccarelli

 

Por possuir um tempo e um ritmo próprios, e uma vez que o curso definitivo das disposições pulsionais é determinado pelas experiências da primeira infância, o excesso (prematuro) de estímulos pode ser um problemaà sexualidade do sujeito em constituição. Uma das fontes desse excesso é a TV. Alguns programas despertam a sexualidade de maneira a comprometera sexualidade futuramente. Meninas de três, quatro anos, ou menos, imitando aqueles que exploram a sexualidade em suas exibições. A satisfação que o reconhecimento narcísico do olhar do outro produz na criança é, sem dúvida, muito grande. Devido às diferenças de leitura, o olhar adulto a esta cena pode constituir um “fator patogênico” quandoerotiza a criança pelo apelo sexual,distante de sua condição infantil.

As questões que a mídia trazao erotismo, pornografia e outras tantas ofertas ilusórias reascendeuma velha questão colocada por Freud: a de saber “se, e até que ponto, é possível diminuir o ônus dos sacrifícios pulsionais impostos ao homem, reconciliá-los com aqueles que necessariamente devem permanecer e fornecer-lhes uma compensação”. É uma questão de ética e responsabilidade civil da TV.

Fonte: http://www.ceccarelli.psc.br/

 

*Paulo Roberto Ceccarelli é Doutor em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Universidade de Paris VII, entre outros títulos de peso.

 

 

CITAÇÃO!

“O sentimento de felicidade originado da satisfação de um impulso selvagem, não domado pelo eu, é incomparavelmente mais intenso do que aquele que resulta da saciação de um impulso domesticado”. (Sigmund Freud)

 

 

Meu namorado tem 13 anos a mais, é separado e tem uma filha. No início da relação ele não nos reservava tempo por causa dela, mas ‘parece’ que tem se esforçado. Não sei se quero esse relacionamento. Seria porque nunca namorei alguém separado e com filha, ou estou boicotando a relação? Sabe quando você parece ter certeza que vai acabar? Mas gosto muito dele. Quero namorar, viajar, casar, ter filhos.

Lia, 30.

 

A filha dele está pagando o preço por você não assumir seu desejo. Está bem claro que está em busca de um relacionamento que possa realizar alguns sonhos básicos como mulher de um homem. No começo da relação você sabia dessas limitações e mesmo assim resolveu enfrentar a parada. No entanto as coisas não estão saindo como esperava. Ele não é esse homem totalmente livre, tem compromissos de pai e os assume, o que é raro. Visto por esse ângulo é até uma virtude dele.

Mas nada disso importa a você agora. Fico com a pergunta: você ‘gosta’ dele como amigo, homem, ou está carente e ele está suprindo-a de afetos? Até a certeza de que é uma questão de tempo para acabar você coloca. E a filha que paga o pato?

Você tem de assumir uma posição: Ou aceita o kit completo, ou revê seus sentimentos, ou cai fora. Se a menina continuar nesse lugar, mais uma vez as madrastas terão motivos para serem odiadas. E entre as duas a adulta é você, espero.

 

 

 

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