O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba realizou, na segunda (30), a 2ª Assembleia Geral da Campanha Salarial de 2020. Diferentemente como ocorre há mais de 30 anos, a assembleia aconteceu em formato virtual, via transmissão ao vivo pela página do Facebook da entidade, em virtude da pandemia do coronavírus. Os funcionários municipais rejeitaram a proposta da administração que foi de zero por cento e a reposição inflacionária do período de 3,66% que será analisado o seu pagamento num período de 90 dias, contrariando o Sindicato e todo o funcionalismo.
Atingindo um número aproximado de 7.000 servidores que acompanharam a transmissão ao vivo, interagindo através dos comentários e votando por meio de um link, quase 800 servidores aprovaram a proposta de: reposição inflacionária imediata, retroativa a 1º de março de 2020, discussão do aumento real de 4% em 90 dias e melhoria na cesta básica, equiparando-as as recebidas pela Câmara de Vereadores a partir de janeiro de 2021. Esta proposta foi encaminhada à administração na terça (31).
Segundo o diretor, José Osmir Bertazzoni, algumas propostas levantadas na noite de ontem, foram derrubadas, pois foram debatidas e vencidas na assembleia anterior. “Esta é uma continuação de assembleia. As propostas válidas foram realocadas em duas propostas, a primeira proposta era aceitar o prazo de 90 dias do prefeito para voltar à negociação, com retroativo a março e não foi aprovada. E a segunda, aprovada com 646 votos, que foi retomar no mês de junho a discussão, se há possibilidade do aumento real e a melhoria da cesta básica”, disse. “É justo a manutenção da proposta da reposição inflacionária. Nós temos uma lei e uma data base. O prefeito, no mínimo, tem que repor a inflação dos servidores, pois é uma questão que foi aprovada pela maioria absoluta. Eu (Osmir) não tenho voz e não vou ecoar uma visualização diferente dessa, eu acompanho a minha categoria”, completou Bertazzoni.
Outra questão levantada pelos servidores foi à matéria da previdência. “O Projeto de Lei que vai para majoração da Previdência, queremos discutir com a Câmara de Vereadores, com a Comissão da Mesa Permanente de Negociação e com o prefeito antes deste processo ir para a votação na Câmara. Queremos que este projeto, venha agir no ano que vem. Já que não temos condição de repor os nossos vencimentos naquilo que realmente queremos, nós precisamos que o prefeito tenha uma compreensão sobre como aplicar a majoração da alíquota previdenciária”, destacou Bertazzoni.
Para o vice-presidente da entidade, José Alexandre Pereira, é importante ressaltar que os servidores não estão alheios a situação econômica do país, mas entendem que não pode haver a perda da reposição inflacionária. “Esse é o mínimo que a administração pode fazer pelos trabalhadores. Nosso intuito é ter a reposição inflacionária de 3,66%, que é a média dos índices e voltar a discutir de acordo com a situação econômica do município. O que pode ser feito em relação reajuste salarial e a melhoria da cesta básica”, declarou Alexandre.
Lembrando que a proposta retirada da primeira assembleia, ocorrida em 28 de fevereiro, foi de 3,98% e um aumento real de 4%. Porém em ofício a prefeitura explicou que não teria condições em conceder tal reajuste, levando em consideração a decretação de emergência e o estado de calamidade pública, frente à pandemia da Covid-19.
Em decorrência disto, com a quarentena, de acordo com o oficio enviado pela prefeitura, haverá forte retração da atividade econômica, levando as empresas privadas de forma geral, em situação financeira alarmante, refletindo em desemprego, bem estar e queda os impostos. A administração destaca: “Estamos num momento onde há necessidade de implementação de um regime excepcional, com o objetivo de salvaguardar o interesse público e a continuidade da prestação de serviços públicos, bem como a manutenção de renda, dos nossos servidores e profissionais terceirizados que prestam serviços à prefeitura de forma continua”, ressaltou.
Administração: Municipais discutem contraproposta
2 de abril de 2020