Inveja, sentimento destruidor e motivador

Douglas Nogueira

 

Quem nunca sentiu inveja de alguém? É de se supor que todos nós um dia desses, já olhamos tortos para alguma pessoa estranha ou até mesmo da família, com aquele sentimento ruim de ciúmes, querendo a qualquer custo estar na posição do nosso semelhante, o qual conquistou ou recebeu algo que nós não possuímos, talvez nunca possuiremos. Esse sentimento de inferioridade e com uma grande dose de ódio, nada mais é que a conhecida e popular; inveja. No trabalho, na escola ou família somos inconscientemente domados por esse sentimento diabólico e destruidor, porém, contradizendo a isso, poderíamos denominá-lo também de motivador. Motivador? Sim, pois quando sentimos inveja, nos vemos inferiores ao próximo, querendo de qualquer maneira sairmos dessa posição, “ultrapassando” aquele que nos colocou para trás e é aí que ganhamos o impulso necessário para arrancarmos de nós a constante acomodação, buscando um status, o brilho escondido de nosso eu.

Mas há pessoas que possuem um grau de inveja maléfico e mortífero às suas vidas, pois em vez de se motivarem para também chegarem aonde aquela pessoa chegou, amargam e cultivam em seus íntimos esse sentimento, de uma forma realmente destruidora. Desejando o mal, a decadência, destruição e até mesmo a morte do próximo, acabam por ficando doentes rumando ao abismo e logicamente criando em seus corações mais inveja, pois com essa fraqueza de espírito ficarão ainda mais longe da conquista cobiçada, a qual se encontra a pessoa invejada.

Tudo como sabemos tem seu lado bom e ruim, a inveja destrói impiedosamente, entretanto nos motiva a crescer, a lutar basta utilizarmos esse sentimento, com controle emocional e espiritual, trazendo-o para o nosso bem, focando a vida e não a morte.

Invejarmos alguém é normal, algo íntimo de nós seres humanos, pois somos criaturas inconstantes, insatisfeitas, pelo motivo de que nos achamos o centro do universo, temos a convicção falha de que tudo gira ao nosso redor e por esse motivo queremos sempre estarmos “sobre” os outros, nunca por baixo. Se hoje temos um carro, mas o nosso vizinho ou colega comprou um melhor, sentimos no mais profundo uma raivinha dele e instantaneamente produzimos em nosso eu orgulhoso, o projeto de possuirmos o veículo que irá “destruir” a posição dessa pessoa. Somos invejosos por natureza, porém devemos lembrando sempre, transformarmos essa inveja, em pura motivação para brilharmos e não em destruição, a qual nos levará ao fundo do poço. Repare na expressão de seu (sua) companheiro (a) de trabalho, ao saber da sua promoção na empresa, o semblante de tal pessoa fica triste, obscuro e maldoso, querendo naquele momento “engolir” você por inteiro (a), se essa inteligentemente utilizar desse sentimento inevitável para crescer e brilhar respirará em paz, do contrário irá mergulhar no abismo físico, emocional, mental e espiritual, corroendo-se por dentro incontrolavelmente. Infelizmente a inveja faz parte de nossas vidas, mesmo sem querermos, mas por que não fazermos dela a nossa escada rumo ao sucesso?

Lutar contra a inveja é algo inútil, pois sempre ela estará presente em nossos sentimentos, o que podemos e devemos fazer é usá-la como combustível e apoio para nossa vitória pessoal. Pensando sempre da seguinte forma; “ele ou ela conseguiu, parabéns! Eu também chegarei até lá e quando chegar farei de tudo para passá-lo (a), mas serei honesto comigo mesmo, desejando sempre o bem para ele ou ela, podendo assim competirmos de  forma igual.” E aí então podemos ficar tranqüilos, porque a inveja estará ao nosso favor, nos ajudando a brilhar e não humilhando e levando-nos ao abismo.

 

Douglas S. Nogueira, Técnico de Planejamento da Manutenção; e-mail: [email protected]; Blog: www.douglassnogueira.blogspot.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima