Coluna Psicopontocom – Edição do dia 1º de fevereiro

O Significado do Corpo (I)

O corpo feminino sempre foi valorizado em nossa cultura, mas nunca tão explorado como objeto de consumo. Valendo-se do apelo sexual, a mídia o associa ao produto anunciado. Para Berenice Bento, doutora em sociologia e pesquisadora da Universidade de Brasília “não há sutileza, as mulheres estão ali para serem consumidas. Os anúncios revelam que a mulher é algo para servir ao homem e mostram como estamos longe de uma sociedade com equidade de gêneros”.

Esse tipo de apelo na verdade acompanha uma ideologia que permeia a civilização. Os meninos desde pequenos são valorizados pela sua inteligência: ‘que garoto inteligente’ é comum de se ouvir. As meninas aprendem que é a estética física que conta: ‘que menina linda é você’ seria o correlato. Nessa esteira a mídia vai de carona e reforça essa representação em nosso universo simbólico.

Porém o Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) abriu três processos éticos que analisam a campanha de lançamento da cerveja ‘Devassa Bem Loura’ há alguns anos, cuja garota propaganda é a Paris Hilton. Uma denúncia de consumidor levou à investigação de ‘utilização de apelos à sexualidade e desrespeito moral às mulheres‘. O segundo investiga o estimulo do abuso excessivo do álcool, mas o terceiro foi aberto pela Secretaria Nacional dos Direitos da Mulher. O site do produto não deixa dúvidas quanto aos motivos. (devassa.com.br)

 

“Não existe uma regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo especifico pode ser salvo”. (Sigmund Freud)

 

 

Em meu relacionamento anterior não me sentia respeitado. Além das brincadeiras infantis o ex- dela começou a procura-la, criando um clima de insegurança constante. Terminamos há três semanas, mas ainda a amo; outro dia ela me enviou um torpedo dizendo que me ama. Não acredito muito que as pessoas mudem assim, e fica difícil acreditar que serei feliz com ela. Essa atitude minha está correta?

 

Essa insegurança pode estar promovendo uma distorção na percepção dos fatos. Ele a procura, mas ela o corresponde ou se mantém sua parceira? É comum que numa situação assim a pessoa que foi deslocada (você) comece a criar fantasias de traição ou algo nessa direção, mesmo que tudo aponte para o oposto.

O término do relacionamento parece ter sido apenas formal. Os afetos (seus e dela) estão todos à flor da pele e mal resolvidos. Ao mesmo tempo sua desconfiança sobre o que ela declara lhe faz refém de seus sentimentos. Realmente assim não dá para ser feliz, mas não por ela, e sim por lidar mal com sua autoconfiança e autoestima, basicamente.

Adotar uma atitude de não crer que as pessoas mudem é cômodo para quem se vitimiza. Além disso, cria uma situação em que pode se queixar de sua infelicidade, o que caracteriza seu sintoma.

Nossa felicidade é nossa responsabilidade exclusiva e intransferível, assim como nossa infelicidade.

 

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