Coluna Psicopontocom – 24 de janeiro de 2020

O Sexo Nos Relacionamentos (VII)

Eu já havia encerrado essa série quando um fato se deu: notei no Facebook de uma amiga (20 anos) a chamada para seu blog ‘a arte do sexo’. Nele ela expunha, com riqueza de detalhes, fantasias sexuais realizadas envolvendo o namorado e uma amiga. Curioso com um relato que li conversei por alguns minutos on-line quando me disse ter descoberto sua atração por mulheres e se apresentar a mim como bissexual, embora o namorado aceite.

Paralelamente a isso eu conversava com D., (50) amiga virtual de muito tempo que também leu o blog e assim como eu se surpreendeu com a naturalidade com que as cenas eram descritas. Então me ocorreu a ideia de colocá-las numa conversa em três pelo Messenger do site, mas D. se recusou terminantemente. Temos uma ótima amizade virtual e minha proposta foi precisamente provocar no imaginário a fantasia do encontro entre duas mulheres e um homem virtualmente para um simples papo. Sem chances!

Voltando ao blog o que se pensa ser o mais íntimo entre duas pessoas, (no caso eram três), foi exposto. Com a globalização vivemos a sociedade da exposição, obscena. BBB, reality shows, blogs, perfis de sites expõem o íntimo ao público (não só o sexual é íntimo), caracterizando o obsceno. Obscenidade pela etimologia é ver além da cena, e além dela não há o que ser visto, sendo obscena sua exposição.

 

CITAÇÃO

“Cremos que [o princípio do prazer] é cada vez provocado por uma tensão desprazerosa, e assume uma direção tal que seu resultado final coincide com um rebaixamento dessa tensão, isto é, com uma evitação de desprazer ou uma produção de prazer”. (Sigmund Freud)

 

 

Estou há dois anos e meio sozinha, e o único relacionamento que tive durou sete anos com meu ex-noivo. Ainda não me sinto 100% e parece que só vou esquecê-lo completamente com outra pessoa. Não sei mais se acredito em relacionamento honesto, sem reservas e acabo me fechando enquanto o tempo passa. Sinto-me carente e temo fazer escolhas erradas, mas ao mesmo tempo não gosto de estar só.

Cláudia, 31.

 

Estar só. Esse é um ponto importante para iniciar. Acreditamos que fugimos da solidão quando acompanhados, mas isso é ilusão. Há sempre uma distância (às vezes bem grande) entre mim e o outro. É essa distância que provoca mal entendido ou discussões.

A companhia de alguém para conversar, namorar, comentar o dia-a-dia é uma coisa, mas ela nunca suprirá a falta em mim, com a qual tenho de aprender a lidar. Essa falta fundante em todos nós gera insatisfação e desejo constante de preenchê-la. É o que nos move na vida, e mesmo que tenhamos alcançado algum objetivo ela ressurge em outro lugar.

A ideia de que um amor se esquece com outro pode ser muito perniciosa. A carência é um perigo, pois acabamos envolvendo outra pessoa, além de nós mesmos. Mas não se podem generalizar todos por uma experiência negativa, como faz.

O tempo que se encontra sem namorado parece ser mais uma consequência do relacionamento mal resolvido que outra coisa.

 

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